quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Quer receber seus amigos no churrasco com detalhes decorativos?


Qual é o tipo de festa que o brasileiro mais gosta e faz? Na falta de pesquisas, resta o método da observação para obter uma reposta: o que mais se vê por aqui são comemorações e reuniões entre amigos à base de churrasco e cerveja. Despojado por natureza, esse jeito de celebrar, com carne pingando, farofa e migalhas de pão voando, não costuma ter muita cara de festa. Isso porque raramente inclui flores, pratos e copos escolhidos a dedo, mesa bem posta, produção esmerada. Um trio de mulheres – as empresárias Olga Amado, Susi Betti e Tina Hahn – mostra como salpicar glamour no churrasco, sem perder o clima de descontração, que é sua essência.

As três sabem bem o quanto cada detalhe pode fazer diferença na hora de receber. Afinal, são sócias da D. Filipa, empresa paulistana que aluga tudo o que alguém pode precisar emuma festinha ou um festão, de louças, copos e talheres a vasos, castiçais, objetos de decoração em geral, até móveis. “Depois que abrimos a D. Filipa, não consigo mais nem servir um cafezinho sem colocar uma flor na mesa e um jogo americano alegre embaixo da xícara. Isso contagia”, diz Olga. Para organizar uma versão glam (muito glamourosa) do churrasco, elas escolheram a casa dos pais de Tina, dona Maísa e seu Nonato, no Alto de Pinheiros.

Em uma mesa de oito lugares, ofereceram a cada convidado um charmoso “kit churrasco”: sobre um sousplat quadrado, prato, bowl colorido para a farofa ou o arroz e copo com boca larga forrado de papel kraft para a batata ou a polenta frita. Na frente, uma cestinha individual de pão. Ao lado, talheres e guardanapo de pano, unidos por uma bela amarração. Cada conjunto exibia o nome de um convidado, escrito em uma tira de papel fixada comum pregador.
Porção individual
Para cada um, uma cesta com pão. A ideia diminui o trânsito de migalhas, inevitável se a oferta for coletiva
Lugar marcado
Com papel kraft dentro, o copo abriga polenta frita. Cada "kit churrasco" exibe o nome de um convidado
As anfitriãs ainda montaram uma mesa de apoio. Forrada com uma alegre toalha floral e decorada com um enorme buquê acomodado em um filtro de água de louça, tinha pratos, bowls, talheres e guardanapos extras. Primeiro, para facilitar a vida de quem quisesse repor algum item de seu “kit” – ou adicionar algo, como outra cumbuca para o vinagrete. Segundo, porque sempre pode aparecer mais gente na última hora. Pelo caráter descontraído dessa festa, não é incomum que os convidados acabem levando algum acompanhante inesperado.

Na mesa dos extras, também ficavam os copos, dispostos em um prato de bolo de três andares, ao alcance de todos. Por perto, uma tina com gelo mantinha as cervejas no ponto. A peça possuía compartimentos externos para guardar um estoque de reposição. Assim, quem se servisse de uma garrafa poderia pôr logo outra no lugar.

O churrasco propriamente dito ficou a cargo de um profissional, Gleider Nascimento da Silva, o Nino, chef da unidade Shopping Morumbi da rede Barbacoa. “Não adianta fazer uma superprodução se a comida também não for incrível”, afirma Tina. “Tudo começa na escolha das carnes”, diz Nino, que optou por quatro cortes da Bassi Gourmet, fornecedor da casa em que trabalha. “Escolhi picanha, fraldinha, baby beef e chorizo, porque elas têm um sabor marcante”, (veja dicas de preparo no quadro “Suculentas e saborosas”). Além disso, o chef caprichou no menu de acompanhamentos. Fez farofa de castanhas-decaju, vinagrete especial, arroz branco e com brócolis, polenta frita crocante e berinjela recheada com legumes – que era, ao mesmo tempo, guarnição e opção para quem não come carne.

Para a sobremesa, a proposta de Nino é aproveitar a brasa para assar frutas. Abacaxi, goiaba e caju são especialmente indicados por ele. “É só cortar em fatias generosas e grelhar dos dois lados”, ensina. Para completar, como carnes vermelhas são pesadas, ainda mais se consumidas em profusão, havia um canto dedicado à digestão, com chá, vinho do Porto, licor. “O legal do churrasco é o despojamento, o horário incerto, a fartura”, diz Tina. Cuidados do gênero não mudam nada esse espírito. Só aumentam o prazer da festa. 

Dupla função
A berinjela acompanha a carne e é opção para quem não come carne. A estampa se repete em todos os pratos, mas mudam as cores
Estilo varal
Sobre guardanapos de pano, pregadores grandes importados mantêm lado a lado garfo e faca. Em outra mesa, os talheres foram dispostos em pares com uma amarração


Jeito de arrumar
As xícaras para tomar aquele chazinho no final também servem para decorar. Primeiro, pela mistura de cores. Depois, pela disposição diferente: um andar, vidro para dar apoio, outro andar, algumas empilhadas

Suculentas e saborosas

Não à toa, quem entende de churrasco quase sempre opta por picanha, fraldinha, baby beef e chorizo. Segundo Gleider Nascimento da Silva, o Nino, chef de uma das unidades da rede Barbacoa, os quatro cortes são bem irrigados e, por isso, suculentos e saborosos. Dispensam qualquer tempero. “Basta sal grosso, e só na hora de ir ao fogo.” A seguir, mais dicas do especialista.

PICANHA É a campeã dos churrascos do brasileiro. Para acertar na compra, Nino diz para olhar a gordura, que precisa ter aparência esponjosa e macia. Uma dica é fazer cortes contra as fibras antes de levá-la ao fogo. Outra é assá-la primeiro coma parte da gordura para baixo.

FRALDINHA Antes de colocar o sal grosso, pressione a peça no comprimento e faça um corte ao meio, de ponta a ponta, na superfície. “O cozimento será mais uniforme”, diz Nino.

BABY BEEF O miolo da alcatra deve ser cortado em bifes como se fatia lagarto, contra as fibras.

CHORIZO Esse é o pedaço preferido de Nino.“É uma carne de poucos segredos”, afirma ele. Só corte bifes de cerca de 2 centímetros de espessura e leve-os à grelha com sal grosso.
Dica
As anfitriãs são donas da D. Filipa, de locação de aparato para festas. Empresas do gênero alugam de pratos e talheres a móveis. Bom para quem não tem casa equipadíssima e quer fazer uma superprodução
Tudo pela beleza
Nem licor nem vinho do Porto ficam nas garrafas originais. A licoreira mais alta é LS; as menores, Ethnix

Reposição rápida

Na tina com gelo, as cervejas se mantêm no ponto. Fora, há lugar para garrafas extras, o que garante estoque à mão para reposição imediata. A dúvida é qual servir, já que a proposta é um churrasco chique. Hoje a oferta é tão grande que já se fala em harmonizar cerveja com comida. Experiente na dobradinha carne e cerveja, o chef Gleider Nascimento da Silva, o Nino, indica dois tipos para combinar com picanha, fraldinha, baby beef e chorizo, os cortes selecionados para o dia: cristal e bock. “A primeira é uma versão mais sofisticada da nossa cervejinha básica. A segunda é mais escura e encorpada. Ambas têm a mesma força e personalidade das carnes escolhidas”, diz ele. Ou ofereça um mix de rótulos, como se fosse uma degustação: claras e escuras, nacionais e importadas, de cervejarias grandes e pequenas. Aí todos podem provar novas marcas ou apenas beber a sua preferida. 


Mesa de apoio
Pratos, bowls e talheres extras para quem precisar de algo mais e para convidados inesperados. Ainda, copos no prato de bolo de três andares e flores no filtro de porcelana
Canto da digestão
Na mesa de junco (Alex Cerello), com cadeiras ao lado (Entreposto), licor e chá para depois. Na outra página, charme até para oferecer água, servida em garrafas bacanas

Fonte: Casa e Jardim

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