quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Os Gêmeos homenageiam com sua arte o mais importante palhaço em atividade no mundo



Transformar um velho trailer na cabeça de Slava Polunin, o ator russo, criador do espetáculo Slava’s Snowshow (uma espécie de Cirque du Soleil), foi o mais recente desafio dos grafiteiros Os Gêmeos. O trabalho dos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, conhecidos internacionalmente, fez parte do Dépayz’arts, um festival que reúne arte, dança e teatro, apresentado recentemente, na França. A homenagem, feita ao artista circense, resultou em uma instalação divertida, colorida e um tanto inusitada. Confira as imagens abaixo!
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Trailer antigo vira moradia para arquiteto americano


Há quem despreze móveis e objetos antigos, mas para o arquiteto e paisagista americano Andreas Stavropoulos, peças descartadas são fundamentais para a decoração de espaços alternativos. Foi durante uma viagem à Califórnia, nos Estados Unidos, que Stavropoulos encontrou um Airstream original de 1959. O trailerestava abandonado em um rancho de cavalos e ele resolveu restaurá-lo. A motocasa ganhou armários sob medida, piso de cortiça sustentável e uma confortável cama. O fogão original foi mantido, assim como as janelas. Na parte externa, um polimento de alumínio na carroceria e um retoque de cor na placa original do carro deram ao veículo uma nova cara e um novo estilo. Veja detalhes nas fotos abaixo:
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FGR convida você e sua família para conhecer o empreendimento Reserva Jardim de Helicóptero. Não perca!!!

Holandeses participam de workshop sobre revitalização de São Paulo

Um workshop entre escritórios de arquitetura brasileiros e holandeses apresentará à prefeitura de São Paulo diretrizes urbanísticas para a cidade.

Em pauta estarão alguns dos principais problemas urbanos da capital paulista: o centro desocupado, o destino de ex-áreas industriais contíguas à ferrovia, e a qualificação da periferia.



Tendo como palco o Edifício Martinelli, o evento tem programação que começa dia 02 de outubro, com um passeio pelo centro, periferia e um bairro industrial, para o reconhecimento de três áreas que serão objeto de trabalho na oficina.

Entre os dias 03 e 06, os participantes farão a elaboração e o desenvolvimento dos trabalhos, que serão apresentados no dia 06.

A oficina reunirá cinco escritórios de arquitetura holandeses - Studio RosaPosadOneZandbelt & vandenBerg e Urhahn - e três paulistas – 23ºSul,TC Urbes e Piratininga.

A Prefeitura Municipal de São Paulo terá representantes da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, da Secretaria da Habitação, da COHAB, e da SP Urbanismo.

Para cada um dos três casos serão oferecidas soluções espaciais específicas que poderão ser exemplares.

Ao final, os participantes pretendem traduzir as soluções em uma lista chamada de 10 Princípios de Urbanismo em São Paulo.



Fonte: Arco Web

Nutricionista cria bolo de cenoura sem glúten e sem sacarose


Intolerância ao glúten
Pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveu um bolo de cenoura sem glúten e sem sacarose, mas com aparência e sabor semelhantes ao do bolo de cenoura convencional.
O Brasil tem cerca de um milhão de pessoas intolerantes ao glúten, por apresentarem a chamada doença celíaca.
Apesar desse número, a indústria nacional ainda não investiu no desenvolvimento de uma linha mais completa de produtos isentos de glúten, que são poucos e mais caros do que os convencionais.
O glúten é uma proteína presente no trigo, aveia, centeio e malte, e à qual os celíacos são intolerantes.
Bolo com vitamina
A nutricionista Angélica Aparecida Maurício optou pelo bolo de cenoura por se tratar de um alimento que não leva leite na sua preparação - é isento de lactose - e que conta com maior concentração de vitamina A, proporcionada pela cenoura.
Segundo a pesquisadora, os celíacos costumam apresentar deficiência de vitaminas lipossolúveis, como é o caso da vitamina A.
Para chegar a um resultado que ficasse próximo ao do bolo comum, a pesquisadora teve que promover vários testes até chegar a uma formulação que oferecesse as características desejadas.
"Eu substituí a sacarose pela sucralose. Também desenvolvi um mix de farinhas que pudesse proporcionar a consistência e a maciez próximas das do bolo de cenoura convencional.
"Usei basicamente farinha de arroz, fécula de batata, amido de milho e fubá, em diferentes proporções. Foram inicialmente 45 preparações. A partir dos melhores resultados de cada ingrediente, cheguei à formulação final", explica.
Gosto do bolo
Os bolos produzidos a partir dessa receita foram submetidos a testes sensoriais, dos quais participaram tanto potenciais consumidores quanto equipes treinadas para testes, como o de Análise Descritiva Quantitativa (ADQ).
"A avaliação foi muito positiva, principalmente quanto à maciez, doçura e aparência. As pessoas destacaram que eles ficaram muitos parecidos com o bolo convencional", assinala Angélica.
De acordo com a nutricionista, a expectativa agora é que a tecnologia deixe a escala de bancada e possa ser aproveitada pela indústria.
"Para isso, serão necessários alguns aperfeiçoamentos e ajustes. Precisamos testar inicialmente em escala piloto, antes que o produto possa ser fabricado em escala industrial." adianta a pesquisadora, que atualmente é professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Fonte: Diário da Saúde

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Você quer viver até os 150 anos?


Delírios
O professor George Church, da Universidade de Harvard, teve seus quinze minutos de fama esta semana ao afirmar que os humanos viverão de 120 a 150 anos.
Ele não foi o primeiro a dizer isto, e certamente não será o último.
O geneticista Aubrey de Grey, por exemplo, diz não apenas que o homem viverá 150 anos, mas que o primeiro humano que viverá 150 anos já nasceu.
E ele vai além: para Grey, a primeira pessoa que viverá 1.000 anos nascerá nos próximos 20 anos.
Em alguns casos, como no de Church, é difícil separar o que é previsão científica daquilo que é entusiasmo adolescente - em um homenzarrão de quase dois metros de altura e mais de 50 anos - ou daquilo que é simples anseio de fama.
No caso de Grey, a separação do joio do trigo é bem mais fácil, porque é difícil enxergar algum trigo.
Expectativa de vida
Mas a discussão encerra temas interessantes, de grande interesse para toda a sociedade.
A expectativa de vida do homem moderno é cerca do dobro da expectativa de vida de um europeu durante a Idade Média. De 1970 a 2005, duplicou a probabilidade de uma pessoa com 65 anos chegar aos 85 anos.
Os progressos no campo da higiene, da alimentação e dos tratamentos médicos têm tido resultados entusiasmantes, o que nos faz ver a afirmação de que o homem viverá 150 anos no futuro como algo quase óbvio.
Contribuições da genética
Apesar do grande apelo na mídia, contudo, a genética ainda não produziu resultados nesta área.
A anunciada descoberta de um "gene da longevidade", por exemplo, já foi devidamente desmentida.
Mas isto é temporário e, de fato, espera-se que a genética dê resultados na área da longevidade, embora já se saiba que o DNA não tem todas as respostas.
Mas a discussão principal não é quantos anos a mais viveremos, mas como os viveremos.
Viver mais doente
A onda de privatizações que dominou o mundo nos anos 1980 e 1990 praticamente deixou todo o desenvolvimento de medicamentos nas mãos de empresas privadas. Exemplos como os da Fiocruz no Brasil são cada vez mais raros.
Como empresas privadas precisam de lucros constantes, nos anos recentes a chamada "Big Pharma" centrou todos os seus esforços em medicamentos de uso contínuo, porque medicamentos para doenças crônicas garantem lucros continuados.
Desta forma, o foco do desenvolvimento de medicamentos atualmente não está em "curar doenças", mas em fazer o paciente viver mais, ainda que seja em uma cama de hospital ou em uma vida parcial dentro de casa.
Uma pesquisa recente, realizada nos Estados Unidos, onde o acesso à saúde é muito mais homogêneo entre a população, mostrou que, apesar de estarem vivendo mais, as pessoas estão passando um percentual maior de suas vidas doentes.
"Nós temos assumido que cada geração será mais saudável e viverá mais do que a anterior. No entanto, a pressão da morbidade pode ser tão ilusória quanto a imortalidade," afirmou o Dr. Eileen Crimmins, da Universidade da Califórnia.
E isto nem vale para toda a população porque restou um monte de doenças negligenciadas pelas grandes empresas farmacêuticas, para as quais sobra o esforço de um grupo de cientistas abnegados, que nunca conseguem colocar suas descobertas no mercado porque as instituições públicas das quais fazem parte não têm a estrutura necessária para a comercialização.
Mas, ao menos estes grupos fazem um trabalho de verdadeiros cientistas, em busca de curas para os doentes, em vez de repetidos lucros para suas empresas à custa de decisões eticamente discutíveis.
Um trabalho bem mais digno do que simplesmente ficar tentando chamar a atenção para si próprios, como os "divulgadores da imortalidade" fazem.
É esta classe de cientistas que nos permitirá, no futuro, viver 150 anos de fato, como pessoas ativas e com qualidade de vida.
Fonte: Diário da Saúde

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Café diminui incidência de depressão entre mulheres


Cafeína contra a depressão
Médicos da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, concluíram que mulheres que tomam dois ou mais copos de café por dia têm menor risco de terem depressão.
Este efeito não ocorre caso as mulheres tomem o café descafeinado.
Por isso, embora não tenham descoberto o mecanismo exato de atuação do café, os cientistas especulam que a cafeína provavelmente induza alguma alteração na química do cérebro que diminui a ocorrência da depressão.
O estudo "Café, Cafeína, e o Risco de Depressão Entre Mulheres" foi publicado nesta segunda-feira no periódico científico Archives of Internal Medicine.
Risco de depressão
Os pesquisadores acompanharam 50.739 mulheres durante 10 anos. O consumo de café foi aferido no início e no fim do estudo e em duas medições intermediárias.
Nesse período, 2.607 mulheres apresentaram quadros depressivos.
As participantes que tomavam de dois a três copos de café por dia tiveram um risco 15% menor de apresentarem depressão - em comparação com aquelas que tomavam um copo ou menos por semana.
Aquelas que tomavam quatro ou mais copos de café por dia tiveram um risco 20% menor.
Prevenção da depressão
Mas é muito cedo para recomendar que as mulheres devam aumentar seu consumo de café como um preventivo para a depressão.
"Serão necessárias mais pesquisas para confirmar esta descoberta e para determinar se o consumo de café cafeinado pode ajudar na prevenção da depressão," escrevem os pesquisadores.
Um dos riscos é que a cafeína é um estimulante. E pessoas com alterações de humor frequentemente apresentam também problemas de sono, o que seria agravado pela ingestão de doses maiores de cafeína.
Fonte: Diário da Saúde

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Hortelã é eficaz contra bactérias da boca


Tratamento fitoterápico
Mentha spp. - nome científico da hortelã - tem efeito antimicrobiano contra cepas de Candida, principalmente a albicans, uma bactéria comumente encontrado na cavidade bucal.
A conclusão é pesquisadora Iza Teixeira Alves Peixoto, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
No estudo foi analisado o óleo essencial da planta, mas os resultados demonstraram a possibilidade de criação de novas modalidades de tratamento fitoterápico, em particular contra doenças infecciosas por esta espécie, como a candidíase.
Tipos de hortelã
Foram avaliados ao todo 64 tipos diferentes de hortelã, com espécies de várias regiões brasileiras, assim como de outros países, em busca da concentração inibitória mínima, que é a menor concentração capaz de apresentar efeito antimicrobiano.
Segundo Iza, o óleo essencial da planta não mostrou toxicidade contra células em culturas de células: "Isso sinaliza para uma maior segurança dessas frações como medicamento."
Algumas espécies de hortelã demonstraram também atividade antimicrobiana contra biofilmes de C. albicans - o principal fator etiológico da candidose - encontrados sobretudo na superfície de próteses removíveis.
O extrato de hortelã age contra esses microrganismos, seja inativando-os ou matando-os graças ao seu "efeito fungicida".
Candidíase
candidíase ou candidose é uma infecção comum no homem, sendo causada por espécies de Candida, juntamente com a imunodeficiência do hospedeiro.
Por ser um microrganismo comensal, entre 30% e 50% das pessoas simplesmente o possuem em sua cavidade bucal sem evidência clínica de infecção.
"Como faz parte do organismo, é chamado de fungo patogênico oportunista, respondendo por cerca de 80% das infecções fúngicas hospitalares documentadas até hoje", explica pesquisadora.
Como resultado dessa infecção complexa entre hospedeiro e microrganismo, essa doença é capaz de variar desde o leve envolvimento da superfície mucosa, notada na maioria dos pacientes, a uma doença fatal, de maneira disseminada nos gravemente imunodeprimidos.
A candidose também pode ser observada agregada a válvulas cardíacas e cateteres.
Produtos naturais
Produtos naturais, como a hortelã, que gera um dos óleos essenciais mais consumidos no mundo, podem originar novas modalidades de tratamento.
Várias espécies têm sido analisadas quanto a suas diferenças metabólicas, composições químicas, propriedades antibacterianas, antifúngicas e antivirais. Estão sendo conduzidas pesquisas atualmente para avaliação biológica de suas propriedades medicinais no combate a vários tipos de doenças.
A pesquisadora ressalta o valor de selecionar o acesso da Mentha spp. não apenas com a função de melhorar o odor ou o seu sabor, mas também para aplicações antimicrobianas.
"As indústrias poderão escolher o acesso mais adequado à sua produção, ou seja, aquele que produz o óleo de melhor rendimento, melhor atividade antimicrobiana, numa baixa concentração e que não seja tóxica aos tecidos humanos. Os dados da presente pesquisa, aliás, desvelam novas perspectivas para melhoramento genético", salienta.
Fonte: Diário da Saúde

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Rolos com folhas em tons vibrantes chegam ao mercado brasileiro e viram objetos de desejo para exibir no banheiro


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Os rolos coloridos viraram itens de decoração no banheiro do Museu do Louvre, em Paris
Se você guarda o papel higiênico excedente dentro do armário do banheiro, provavelmente mudará de hábito, se aderir a estelançamento que acaba de desembarcar no Brasil. O produto tem folhas em tons vibrantes e passa de uma simples necessidade a um objeto digno de exibição nadecoração do banheiro. A ideia – que já faz sucesso lá fora e é usada até nos sanitários do Museu do Louvre, em Paris – é da empresa portuguesa Renova, que chega ao mercado nacional representada pela Loureira e Carvalho.

Dá para escolher o tom que mais combina com o seu ambiente e até trocar de cor de tempos em tempos, para não enjoar. Os rolos estão disponíveis em laranja, amarelo, vermelho, verde, azul, fúcsia e preto. O produto pode ser encontrado em alguns supermercados, lojas de artigos para a casa ou no site da marca. A embalagem com seis rolos sai por R$ 32,99.
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Disponíveis em várias cores, os papéis viram objetos de decoração

Avatar 3-D ajudará em cirurgias plásticas


Avatares 3D
Apesar do sucesso recente de sua versão cinematográfica, um avatar de fato não é mais do que uma representação gráfica, geralmente humana, que é associada a um usuário para fins de identificação.
Os avatares podem ser fotografias ou desenhos, mas novas tecnologias permitem a sua utilização em três dimensões.
Até agora, os avatares 3D têm sido usados principalmente para fins de entretenimento e diversão do usuário final.
Uso de avatares na Medicina
Agora, pesquisadores do Instituto Tecnalia, na Espanha, desenvolveram uma tecnologia para a criação de "avatares 3-D personalizados" de forma rápida e barata.
O objetivo é fornecer uma solução inovadora em áreas como cirurgia plástica e tratamentos do Mal de Alzheimer.
A tecnologia mescla as informações de escâneres a laser 3D de alta qualidade e fotografias comuns, criando o avatar através de um programa de processamento de imagens.
Cirurgia plástica e Alzheimer
No caso da cirurgia plástica, tanto estética quanto de reparação, o cirurgião pode usar um programa que permite representar graficamente o estado atual do paciente, bem como uma representação tridimensional do seu aspecto externo pretendido após a operação.
Desta forma, o paciente tem uma ideia melhor do que o cirurgião plástico pode conseguir, sem criar ilusões ou levantar falsas esperanças que geram decepções posteriores.
No tratamento do Alzheimer, a proposta é usar os avatares 3D para a realização de exercícios cognitivos.
Há a possibilidade adicional de fazer um acompanhamento, com uma avaliação do paciente de forma personalizada - ele interagiria com o instrutor na tela, sem precisar sair de casa.

Fonte: Diário da Saúde

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Que tal aprender a fazer Salada verde com queijo de cabra?


Ricardo Corrêa
Foto: Ricardo Corrêa
Rendimento: 1 porção 
Ingredientes 

Mix de folhas (alface-americana, alface-crespa, alface-roxa, alface-romana e radicchio) o quanto baste para 1 pessoa;
1 ou 2 fatias de pão de forma;
100 g de queijo de cabra;
10 ml de shoyu;
30 ml de mel;
50 ml de azeite.

Modo de fazer 

Corte o pão de forma e o queijo no mesmo tamanho e em igual formato. Coloque o queijo sobre o pão e leve ao forno para derretê-lo. Usando o garfo, bata o shoyu com o mel e o azeite. No prato, ponha a porção do mix das folhas e regue com o molho. Sirva com as torradas de queijo.









Fonte: Casa e Jardim

Como diagnosticar o Transtorno Bipolar em crianças e adolescentes


ALERTA
O documento abaixo é de autoria do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia, uma entidade de pesquisas pan-europeia, sem fins lucrativos.
O objetivo da publicação é orientar médicos e profissionais de saúde quanto aos estudos mais recentes no diagnóstico e tratamento de transtornos de humor, sobretudo o chamado transtorno bipolar, em crianças e adolescentes.
Seu conteúdo não deve ser usado por leigos em substituição ao parecer médico. O diagnóstico e o tratamento de qualquer condição só podem ser feitos e recomendados por profissionais médicos especializados.
O Cérebro Emocional na Juventude
Como diagnosticar e tratar transtornos de humor em crianças e adolescentes
Diagnosticar o transtorno bipolar em adolescentes já se estabeleceu como prática médica, apesar das muitas vozes contra uma eventual "medicalização" de situações que não deveriam ser sujeitas a tratamentos.
Com isto, se a bipolaridade existe realmente em crianças é um assunto que permanece controverso entre os cientistas, apesar de numerosos estudos que têm sido realizados sobre este tema nos últimos 15 anos.
Como o diagnóstico de transtorno bipolar em crianças vem aumentando ao longo dos últimos dez anos, clínicos, pesquisadores, pais e outras pessoas que cuidam de crianças ficam se perguntando ao que se deve este aumento dramático no diagnóstico de transtorno bipolar pediátrico (Dickstein, 2010):
Trata-se de um melhor reconhecimento de um distúrbio psiquiátrico importante, ou deve-se a um excesso de diagnósticos, diagnósticos equivocados, ou uma moda?
Em resposta a este aumento, tem crescido também o interesse tanto clínico quanto de pesquisa nas doenças bipolares pediátricas, incluindo um re-exame dos critérios para o diagnóstico desta condição com base nas melhores descobertas científicas da neurobiologia.
Transtorno bipolar
Clinicamente, o transtorno bipolar é uma desordem afetiva grave, na qual o humor tipicamente oscila do pólo maníaco da euforia e/ou da irritabilidade extrema, à depressão e perda de interesse ou prazer.
Episódios mistos são caracterizados pela apresentação simultânea de sintomas maníacos e depressivos.
O transtorno bipolar pode ser dividido em dois subtipos principais - transtorno bipolar tipo I e transtorno bipolar tipo II -, embora a expansão do espectro bipolar possa ser de relevância clínica.
O transtorno bipolar tipo I é caracterizado por um histórico de pelo menos um episódio maníaco, com ou sem sintomas depressivos.
O transtorno bipolar tipo II é caracterizado pela presença tanto de sintomas depressivos quanto de uma forma menos grave de mania ("hipomania").
Os períodos entre os episódios agudos podem durar meses, ou mesmo anos, no início do curso da doença, mas depois os períodos livres de sintomas tendem a diminuir. O chamado "ciclo rápido" é uma variante específica no seguimento da doença que é definida pela ocorrência de quatro ou mais episódios por ano.
O transtorno bipolar em crianças e adolescentes
O transtorno bipolar é um problema de saúde significativo devido ao seu início precoce e sua evolução crônica, podendo durar por toda a vida, com recaídas e forte incapacitação.
Em crianças e adolescentes, a doença resulta em consideráveis limitações funcionais e altas taxas de internação psiquiátrica (Axelson et al., 2006).
De acordo com estudos retrospectivos, 20% dos adultos com transtorno bipolar tiveram seus primeiros sintomas antes da idade de 20 anos (Lish et al, 1994; Perlis et al, 2004).
Diagnóstico do transtorno bipolar
Para diagnosticar o transtorno bipolar I em adolescentes, são usados critérios para adultos (DSM-IV), exceto que (Diretrizes NICE, 2006):
  • Mania deve estar presente.
  • Euforia deve estar presente na maioria das vezes (no decurso dos últimos 7 dias).
  • Irritabilidade deve ser observada se é episódica, grave, se resulta em disfunção e se não é de caráter ou está fora de sintonia com o contexto.
A fenomenologia específica do transtorno bipolar em adolescentes é caracterizada por (Birmaher et al, 2006; Carlson et al, 1994..):
  • Episódios mais heterogêneos do que os puramente maníacos.
  • Irritabilidade frequente e comportamento agressivo
  • Características psicóticas em 30% dos episódios agudos (os quais podem levar a erros de diagnóstico em 50% dos casos).
  • Perfil de ciclagem rápida observada mais frequentemente.
  • Desinibição sexual.
  • Altas taxas de comorbidades com o Transtorno de Déficit Atenção/Hiperatividade (TDAH), abuso de substâncias e transtornos de ansiedade e conduta.
Características clínicas, tais como euforia, grandiosidade, hipersexualidade, pensamentos competitivos e diminuição da necessidade de sono são típicos de manias associadas com transtorno bipolar primário, a fim de distingui-lo de pacientes com TDAH primária (Birmaher et al., 2006).
Quanto mais jovem for a criança, mais rara é a [ocorrência da] condição de transtorno bipolar.
No entanto, não há dúvida de que um número substancial de pré-adolescentes tem sintomas de mania, geralmente sobrepostos a uma série de diferentes condições psiquiátricas e desenvolvimentais (Carlson, 2005).
Estudos recentes têm mostrado que "sintomas maníacos" em crianças podem ser mais comuns do que se pensava. A necessidade de evitar confusão terminológica com o transtorno bipolar é agora consensual (Dickstein, 2010).
Se os sintomas maníacos crônicos em crianças representam (1) um distúrbio de desenvolvimento que vai mudar durante a vida adulta; (2) o surgimento precoce do transtorno bipolar I; (3) um novo subtipo do transtorno bipolar (por exemplo, crônico com ciclagem rápida); ou (4) um risco de desenvolvimento posterior do transtorno bipolar I (fenótipo estreito) ainda precisa de mais investigação (Carlson, 2005).
Uma visão desenvolvimental é crucial para entender o complexo de sintomas maníacos em crianças e adolescentes.
Existe um continuum entre transtorno bipolar pediátrico e bipolar tipo I em adolescentes?
Há muito poucos argumentos para apoiar a hipótese de que o transtorno bipolar em adolescentes (episódios de doença claramente definidos e os chamados períodos eutímicos, sem sintomas) e o chamado "transtorno bipolar pediátrico" são a mesma doença ou dois transtornos relacionados em um continuum comum.
Além disso, os jovens com transtorno bipolar e TDAH comórbido tendem a ser menos sensíveis às drogas usadas no transtorno bipolar, sugerindo que sintomas maníacos crônicos comórbidos com TDAH em jovens podem não ser a mesma condição ou um continuum em vez de um transtorno bipolar ciclóide típico (Consoli et al ., 2007).
Uma nova abordagem sugere um sistema fenotípico de mania juvenil consistindo de um fenótipo restrito, dois fenótipos intermediários e um fenótipo amplo (Leibenluft et al., 2003). O fenótipo estreito de mania inclui principalmente adolescentes com episódios claros de mania eufórica.
Por outro lado, o fenótipo amplo, chamado "Desregulação Grave do Humor" é apresentado por pacientes mais jovens que têm um curso crônico, não-episódico da doença, que não inclui os sintomas característicos da mania, mas compartilha com os fenótipos mais estreitos os sintomas de irritabilidade severa e hiperatividade tipo TDAH.
De fato, estes pacientes parecem responder melhor a tratamento farmacológicos e não-farmacológicos tipo ADHD (Waxmonsky et al., 2008).
Esta abordagem e pesquisas posteriores deram origem ao novo diagnóstico de Transtorno do Temperamento Irregular com Disforia (TTID), o que significa uma mudança potencial no sistema de classificação de diagnóstico do DSM-V agendado para publicação em maio de 2013.
No entanto, um diagnóstico de TTID exclui o sintoma tipo ADHD de hiperexcitabilidade devido a preocupações de que isto poderia potencialmente levar a um aumento nos diagnósticos de TDAH.
Em geral, tais critérios induziram o surgimento de uma linha incrivelmente produtiva de pesquisas demonstrando diferenças fenomenológicas (curso episódico vs crônico, eufórico vs humor irritável) e iniciando discussões que são relevantes para clínicos e pesquisadores (Dickstein, 2010; Leibenluft, 2011; Masi et al., 2008).
Tratamento do transtorno bipolar na juventude
Terapia farmacológica
O tratamento adequado para crianças e adolescentes com transtorno bipolar tem benefícios essenciais com relação ao desempenho escolar, comprometimento escolar ou profissional, estresse no relacionamento, uso comórbido de substâncias e prevenção de suicídios.
A farmacoterapia da mania compreende os chamados estabilizadores de humor (lítio, por exemplo), os antipsicóticos atípicos ou de segunda geração (ASGs) e antipsicóticos típicos (clorpromazina).
O uso de estabilizadores do humor ou antipsicóticos no tratamento de crianças e adolescentes parece ter valor limitado quando ocorre uma condição de comorbidade como a TDAH, a menos que o comportamento agressivo seja o sintoma-alvo (Consoli et al., 2007).
Efeitos subjetivos adversos desempenham um papel central na experiência de tomar drogas antipsicóticas (Moncrieff et al., 2009).
Em adultos, os antipsicóticos de segunda geração (ASGs) têm mostrado uma boa relação benefício/risco no transtorno bipolar, com uma baixa frequência de síndrome motora extrapiramidal (SME) e uma frequência moderada de efeitos metabólicos adversos, como a síndrome metabólica e diabetes.
Ainda assim, o conhecimento disponível sobre o uso de ASGs em crianças e adolescentes é limitado.
Para avaliar a relação benefício/risco de ASGs em crianças e adolescentes, uma meta-análise bayesiana com um total de 4.015 pacientes analisou recentemente 41 estudos controlados de curto prazo (3 semanas) que avaliaram os efeitos adversos dos ASGs em jovens, incluindo 12 em jovens com transtorno bipolar (Cohen et al., submetido para publicação).
Em comparação com adultos, descobriu-se que os jovens são mais vulneráveis aos efeitos adversos dos ASGs. Todos os ASGs aumentaram o risco de sonolência/sedação.
Além disso, em comparação com o placebo, foram observados significativas alterações relacionadas com o tratamento com substâncias específicas sobre o ganho de peso, variáveis metabólicas (incluindo prolactina) e sintomas motores-extrapiramidais.
Os antipsicóticos de segunda geração (ASGs) representam um tratamento eficaz para crianças e adolescentes com transtorno bipolar, de acordo com o que diferentes perfis de tolerabilidade devem ser considerados na tomada de decisão de tratamento (Cohen et al., submetido para publicação).
Terapias não-farmacológicas
Além do tratamento farmacológico, estratégias educacionais e psicossociais, incluindo a psicoterapia, a promoção da adesão ao tratamento e a educação dos pacientes e suas famílias são essenciais no tratamento do transtorno bipolar na juventude, a fim de melhorar o resultado do tratamento.
Em caso de não-resposta ao tratamento farmacológico, a eletroconvulsoterapia (ECT) tem-se mostrado um tratamento seguro e eficaz tanto para os episódios maníacos quanto para os depressivos em adolescentes com doença grave (Cohen et al., 1997).
Com relação ao resultado a longo prazo de adolescentes que recebem ECT, os resultados sugerem que os adolescentes submetidos à ECT para o transtorno bipolar não diferem no funcionamento social e escolar subsequente de controles cuidadosamente combinados (Taieb et al., 2002), e adolescentes tratados com a ECT não sofrem danos cognitivos mensuráveis em um acompanhamento de longo prazo (Cohen et al., 2000).
Além disso, uma avaliação das experiências e atitudes de pacientes e pais em relação ao uso da ECT na adolescência indica que, apesar das visões negativas sobre a ECT na opinião pública, os adolescentes submetidos ao tratamento e seus pais compartilham atitudes globais positivas em relação à ECT (Taieb et al., 2001).
Perspectivas para o futuro
Na última década, estudos de imageamento estrutural e funcional através de ressonância magnética (MRI, fMRI) geraram uma maior compreensão da neurobiologia do transtorno bipolar em crianças e adolescentes.
Uma vez que as descobertas atuais indicam que os jovens com transtorno bipolar têm alterações fundamentais nas interações cérebro/comportamento que estão na base do processamento emocional, estudos futuros poderiam avaliar como medicamentos ou psicoterapias podem melhorar essas interações cérebro/comportamento (Dickstein, 2010).
O Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia (ECNP) dá suporte a redes de clínicos que buscam melhorar o tratamento em crianças com transtorno bipolar. Como a intervenção precoce pode melhorar o diagnóstico, estudos de tratamento são um objetivo importante para futuras pesquisas (Goodwin et al., 2008).
Conclusão
Nos anos recentes, tem sido observado um aumento considerável no número de crianças e adolescentes avaliados, diagnosticados e tratados para a doença bipolar.
Sintomas tipo bipolar são bastante frequentes em crianças pré-púberes, mas a idade a partir da qual o transtorno bipolar pode ser diagnosticado permanece controversa.
Descobertas neurobiológicas recentes têm avançado nossa compreensão das funções e disfunções emocionais na juventude.
Aspectos desenvolvimentais e fatores ambientais são cruciais com relação ao surgimento e progressão do transtorno bipolar em crianças e adolescentes. Do ponto de vista do desenvolvimento, o transtorno bipolar em adolescentes e o chamado "transtorno bipolar pediátrico" não são a mesma doença, ou dois transtornos relacionados em um continuum comum.
O diagnóstico diferencial é importante para distinguir o transtorno bipolar do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou transtornos de conduta em crianças e adolescentes.
O tratamento do transtorno bipolar em jovens compreende estratégias farmacológicas e não-farmacológicas. Diferenças no perfil de tolerabilidade à medicação devem ser consideradas na tomada de decisões sobre o tratamento e na otimização da relação benefício/risco.
Nos próximos anos, o reconhecimento e o diagnóstico do transtorno bipolar em crianças deverá ser mais fortemente baseado em marcadores biológicos, tais como a estrutura do cérebro e os circuitos neurais. Combinada com o histórico clínico, esta abordagem deverá resultar em diagnósticos e tratamentos melhores, mais específicos e mais precisos.

Fonte: Diário da Saúde