quinta-feira, 8 de março de 2012

Centro de pesquisas em Portugal tem implantação fragmentada

O Centro Champalimaud é vizinho da torre de Belém e do futuro Museu dos Coches, de Paulo Mendes da Rocha
O Centro Champalimaud é vizinho da torre de Belém e do futuro Museu dos Coches, de Paulo Mendes da Rocha
Nau da ciência ancorada no Tejo
Vizinho da torre de Belém e do futuro Museu dos Coches, projetado por Paulo Mendes da Rocha, o Centro Champalimaud para o Desconhecido, do arquiteto indiano Charles Correa, surge às margens do rio Tejo, em Belém, como a mais recente adição ao patrimônio arquitetônico deste histórico bairro de Lisboa.
Sensível a seu entorno, o centro nasce de um programa que reúne pesquisa de ponta e tratamento do câncer em um único endereço, aspira do status de referência internacional para neurociências e busca inserção no roteiro de fruição arquitetônica da orla de Belém, um dos principais destinos turísticos e de lazer da cidade.
Foi desse local, há 500 anos, que Vasco da Gama e outros grandes navegadores saíram em suas viagens de descoberta - “uma metáfora para as conquistas da ciência contemporânea”, afirmou Charles Correa na cerimônia de inauguração do centro.
“É por isso que devolvemos mais de 50% do terreno à cidade, aos cidadãos de Lisboa, para que aqui se comemore essa história - sem comprometer a privacidade das atividades médicas e científicas e vice-versa. A implantação do centro é uma espécie de padrão yin-yang de espaços interligados”, concluiu.
Desenhado pelo arquiteto indiano Charles Correa, o conjunto fica às margens do rio Tejo, em Lisboa
Desenhado pelo arquiteto indiano Charles Correa, o conjunto fica às margens do rio Tejo, em Lisboa
No bloco C, um anfiteatro ao ar livre abre-se para o rio Tejo
No bloco C, um anfiteatro ao ar livre abre-se para o rio Tejo
Com 21 metros de extensão, a ponte de vidro laminado curvo é suportada por cabos tensionados e estrutura metálica
Com 21 metros de extensão, a ponte de vidro laminado curvo é suportada por cabos tensionados e estrutura metálica
Conceitualmente, três traços curvos definem a implantação, fragmentando o programa em três volumes distintos: no bloco A, diagnóstico, tratamento e pesquisa; no bloco B, auditório, área de exposições, restaurante e escritórios; e, no bloco C, um anfiteatro ao ar livre.
Entre os três, uma generosa praça pública, que corta em diagonal todo o terreno, em direção ao rio. “Ao caminhar pela praça, levemente inclinada, o que se vê à frente é o céu.
O enigmático céu, o desconhecido final”, explica o arquiteto. No ponto mais elevado da praça, dois monólitos com 15 metros de altura anunciam o clímax do eixo da composição. Ali o conjunto se conecta com o rio através de um espelho d’água de fundo infinito. Mais à frente, o anfiteatro aberto ao público tem o rio como pano de fundo.
“Este é um centro de promoção dos níveis mais altos da ciência e da medicina contemporânea. Para abrigar essas atividades, procuramos criar uma peça de arquitetura. Arquitetura como escultura. Arquitetura como beleza. Beleza como terapia”, declara Charles Correa.
Visto da praça/eixo central da composição, o centro parece desaparecer. Seus dois blocos curvos revestidos com pedra calcária se misturam visualmente com o piso de pedra portuguesa e formam, com os dois monólitos, uma composição escultural, misteriosa e intrigante.
Salas de administração se integram através de uma ponte de vidro com os escritórios da fundação
Salas de administração se integram através de uma ponte de vidro com os escritórios da fundação
O centro se conecta com o rio através de um espelho d’água de fundo infinito
O centro se conecta com o rio através de um espelho d’água de fundo infinito
Entre três volumes, uma generosa praça pública corta em diagonal todo o terreno, em direção ao rio
Entre três volumes, uma generosa praça pública corta em diagonal todo o terreno, em direção ao rio
O bloco principal do centro tem seus quatro pisos voltados para o jardim interno pergolado, com árvores de grande porte, em nível 4,5 metros abaixo do lobby de entrada.
“Nossa intenção foi usar a natureza como terapia. A água ao nosso redor, o céu acima, a presença de árvores que trazem o poder de cura das florestas tropicais. Tudo isso é terapia”, diz Charles Correa.
Do lobby, com pé-direito duplo, veem-se os laboratórios onde cerca de 440 cientistas de 20 países trabalham em pesquisas de ponta.
“A transparência é para mostrar ao paciente as pessoas que trabalham em seu favor”, afirma o arquiteto.
Em espaço contíguo ao lobby, cabines de exames estão interligadas ao suporte clínico do centro de tratamento e ao centro de bemestar, que se abre para um segundo jardim interno, ambiente de acesso restrito a pacientes e médicos do complexo.
A biblioteca do centro, de piso duplo, fica no cruzamento das duas alas do térreo e funciona como ponto de encontro para cientistas, médicos e pacientes.
Ainda no térreo do bloco principal ficam o biotério da fundação, onde são criados animais cobaias, e a área de manutenção, com docas e acesso pela entrada de serviço.
Dois monólitos com 15 metros de altura anunciam o clímax do eixo da composição
Dois monólitos com 15 metros de altura anunciam o clímax do eixo da composição
Conceitualmente, três traços curvos definem a implantação
Conceitualmente, três traços curvos definem a implantação
As janelas do auditório receberam fechamento com quatro placas de acrílico e uma soldadura invisível
As janelas do auditório receberam fechamento com quatro placas de acrílico e uma soldadura invisível
No primeiro piso, laboratórios de pesquisa, organizados em torno do jardim pergolado, são seguidos por laboratórios de apoio e um anel de escritórios com vista para o rio, para médicos e pesquisadores.
No segundo piso, há mais laboratórios de pesquisa. Vãos abertos de pé-direito duplo interconectam o primeiro e o segundo pisos, de modo a promover a interação entre as atividades do centro.
Na ala nor- 1 2 deste, salas de administração e de conferências se integram através de uma ponte de vidro com os escritórios da fundação, localizados no bloco vizinho. A ponte de vidro laminado curvo, com 21 metros de extensão, é suportada por cabos tensionados e estrutura metálica.
O bloco B abriga um espaço de exposições, um auditório que tem capacidade para receber até 440 pessoas, e um restaurante com terraço voltado para o passeio público, à beira-rio.
Todos com entradas independentes, para que possam ser utilizados separadamente ou em conjunto com as salas de conferências. As janelas do auditório receberam fechamento em acrílico.
Foram utilizadas quatro placas do material e uma soldadura invisível, in loco, garantiu o fechamento do vão de mais de oito metros, sem juntas aparentes nem a necessidade de estrutura metálica de apoio.
Os escritórios da Fundação Champalimaud ficam no piso superior deste bloco, em meio a um terraço-jardim.


Com árvores de grande porte, o jardim interno pergolado está 4,5 metros abaixo do lobby de entrada
Com árvores de grande porte, o jardim interno pergolado está 4,5 metros abaixo do lobby de entrada
O bloco principal tem seus quatro pisos voltados para o jardim interno pergolado
O bloco principal tem seus quatro pisos voltados para o jardim interno pergolado
Em espaço contíguo ao lobby, cabines de exames abrem-se para um segundo jardim interno
Em espaço contíguo ao lobby, cabines de exames abrem-se para um segundo jardim interno
 
O segundo piso reúne salas dedicadas às atividades de pesquisa
O segundo piso reúne salas dedicadas às atividades de pesquisa
No local, cerca de 440 cientistas de 20 países trabalham com pesquisas de ponta
No local, cerca de 440 cientistas de 20 países trabalham com pesquisas de ponta


Fonte: Arco Web

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