quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Paisagem gramada garante perspectiva panorâmica de qualquer ponto desta residência

Caixa de madeira e vidro dá acesso à casa
A caixa de madeira e vidro dá acesso à casa. A piscina está aproximadamente 12 metros abaixo do nível da rua
Topografia garante vista e privacidade
Arthur Casas aproveitou a declividade do lote para tirar a residência do campo de visão de quem circula pelas ruas do condomínio Quinta da Baroneza, na cidade de Bragança Paulista, a cerca de 90 quilômetros de São Paulo. De fora, avista-se somente a caixa revestida com madeira que responde pelo acesso aos ambientes internos. Além de resguardar a privacidade, essa implantação é favorecida pela ampla vista para o campo de golfe na parte posterior do lote. A paisagem gramada garante perspectiva panorâmica de qualquer ponto da casa.
Ao contrário do que faz boa parte dos arquitetos quando projetam residências, Arthur Casas definiu primeiramente necessidades e características dos ambientes internos para só então desenvolver a volumetria desta moradia de dois pavimentos, marcada pela luz natural que incide em grandes aberturas, por espaços interligados e áreas de conveniência generosas e confortáveis. “Para uma casa funcionar, ela tem que ser projetada de dentro para fora. A volumetria não é meu ponto de partida”, explica o arquiteto.
Outra característica que foge à regra é a implantação, pensada para esconder a construção da vista de quem anda pelas ruas do condomínio Quinta da Baroneza, uma antiga fazenda de gado que há poucos anos foi transformada em empreendimento imobiliário e cuja paisagem é marcada por extensos gramados e grandes trechos com vegetação ainda em formação.
“Normalmente, as casas ficam mais em evidência em relação à rua. Nesse caso, a intenção era garantir mais privacidade e aproveitar ao máximo a profundidade da vista para o campo de golfe e seu entorno”, detalha Casas.
O primeiro elemento a surgir no projeto foi a caixa revestida por madeira que responde pela circulação vertical. Com grandes aberturas em vidro, ela oferece visão panorâmica da paisagem e constitui o único volume avistado da rua.
O piso em pedra de textura rústica marca o caminho até a caixa de entrada
Vista lateral mostra fachadas compostas por madeira e tijolos de demolição
A vista lateral mostra as fachadas compostas por madeira e tijolos de demolição
Aberturas em vidro garantem luz natural
Grandes aberturas em vidro asseguram luz natural à circulação vertical e vista para o entorno
Implantação tira partido do declive do terreno
A implantação tira partido da declividade do lote para deixar a casa fora do campo de visão de quem passa pela rua
Todos os demais espaços estão voltados para os fundos do lote, situado cerca de 12 metros abaixo do nível de acesso. Essa caixa vertical divide a casa em duas alas, subdivididas como blocos horizontais sobrepostos.
O sistema construtivo é misto, com estrutura metálica na cobertura e pilares de concreto delgados que passam quase despercebidos nos ambientes. Os tijolos usados nas paredes externas foram reaproveitados de uma demolição nas proximidades do condomínio.
“A região tem muitas olarias e quis usar esse elemento e também a madeira no projeto, materiais que se mimetizam com a vegetação em formação”, esclarece o arquiteto.
Projeto excluiu varandas para evitar subutilização das áreas de estar
O projeto excluiu as varandas para evitar a subutilização das áreas de estar
Principais ambientes estão voltados para a piscina
Parte posterior da residência. Os principais ambientes estão voltados para a piscina
Do ponto de vista de Arthur Casas, a varanda é um elemento que muitas vezes leva à subutilização dos ambientes de estar e ainda limita tanto a visão para o exterior como a luminosidade natural nos ambientes internos.
Daí a opção de unificar o estar, a cozinha e o home theater em um ambiente bastante amplo e com generosas aberturas.
“Dessa forma, a sala passa a desempenhar o papel da varanda e torna-se o espaço mais concorrido da casa. Se está calor, é só abrir as portas; se está frio, é só mantê-las fechadas”, explica.
A continuação externa dos interiores é marcada por um lado pela cobertura na forma de toldo retrátil e, de outro, pelo grande pano de vidro basculante que se abre sobre a piscina.
A integração entre os setores internos e externos completa-se ainda com o uso de grandes portas que correm embutidas nas paredes a fim de liberar totalmente os vãos.
“As pessoas buscam visão panorâmica e contato com a natureza, por isso empenas e superfícies opacas aparecem somente onde se requer privacidade”, explica o arquiteto.
A proposta de interiores reflete a busca por soluções informais e despretensiosas, mas sem a linguagem típica das casas de campo.
O resultado é uma ambientação contemporânea, mas singela e de fácil manutenção, capaz de garantir conforto aos clientes, um casal com filhos pequenos.
Caixa vertical interliga ambientes internos
A caixa vertical interliga os ambientes internos
Área com deque de madeira é protegida por toldo retrátil
Detalhe do estar, que avança para o exterior. A área com deque de madeira é protegida por toldo retrátil
São poucos os materiais de acabamento usados internamente: pisos com réguas de cumaru envelhecidas, portas de madeira revestidas por laminado melamínico com microtexturas, forros de gesso acartonado e paredes pintadas com látex branco.

Portas deslizantes embutidas na alvenaria liberam os vãos e integram áreas internas e externas
Portas deslizantes embutidas na alvenaria liberam os vãos e integram áreas internas e externas
A grande abertura basculante explora a vista para o verde
A grande abertura basculante explora a vista para o verde
Espaços internos são abertos e integrados
Os espaços internos são abertos e integrados
Cozinha integra-se aos ambientes sociais
A cozinha integra-se aos ambientes sociais
Assoalho com réguas de madeira cumaru envelhecidas unifica os ambientes sociais
O assoalho com réguas de madeira cumaru envelhecidas unifica os ambientes sociais


Fonte: Casa e Jardim

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