sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Gilberto Franco e Carlos Fortes buscam proposta luminotécnica eficiente e capaz de valorizar a arquitetura do Sesc Belenzinho

Conjunto Sesc, edifício mais alto concentra maior parte do programa, quadras e restaurante ocupam volumes menores
O conjunto mescla construções novas e outras adaptadas às atividades do Sesc. O edifício mais alto concentra a maior parte do programa. Quadras e restaurante ocupam os volumes menores
Luminotécnica atende programa complexo
Unidades do Sesc são resultado de programas extensos e complexos que visam as melhores condições espaciais para oferecer ao público uma variada série de atividades culturais e esportivas. A iluminação é parte desse conjunto e reflete necessidades como soluções adequadas a cada tipo de uso, sistemas duráveis e de fácil manutenção e reposição. Para o Sesc Belenzinho, Gilberto Franco e Carlos Fortes buscaram uma proposta luminotécnica eficiente e capaz de valorizar a arquitetura.
O Sesc Belenzinho foi implantado no terreno anexo à sede geral do Serviço Social do Comércio (leia PROJETO DESIGN 314, abril de 2006), na zona leste de São Paulo, e constitui um empreendimento de 50 mil metros quadrados de área construída, incluindo teatro para 400 pessoas, outros espaços menores para espetáculos, variadas instalações esportivas, amplo conjunto aquático, áreas de exposição, biblioteca, clínica odontológica, restaurante e café e quase 500 vagas de estacionamento, entre outros ambientes.
Parte das construções originais do terreno, onde funcionaram a tecelagem do Moinho Santista e, mais tarde, o próprio Sesc, foi demolida e parte passou por retrofit a fim de dar lugar ao novo conjunto, hoje composto pelo edifício de três pavimentos e pelos dois blocos para quadras e restaurante.
Além da extensão e da complexidade do programa, o projeto de luminotécnica deveria atentar para fatores que garantissem funcionalidade e facilidade de operação. O contratante tem critérios rígidos e busca soluções duráveis e de manutenção simples, como luminárias resistentes e acessíveis ou lâmpadas de longa vida útil.
Também dá preferência a produtos nacionais, itens de fácil reposição e soluções padronizadas sempre que possível, deixando as especificidades somente para quando o uso do espaço exigir respostas individuais.
“O projeto durou anos e passou por mudanças ao longo do tempo. O Sesc está sempre se adaptando e incorporando atividades culturais e esportivas. Isso quer dizer que até o último momento pode haver alterações conceituais e bastante significativas no projeto”, explica Gilberto Franco, um dos autores da proposta de iluminação do Sesc Belenzinho.
Sem esquecer a funcionalidade e a eficiência, o projeto luminotécnico do Sesc Belenzinho buscou criar ambientações acolhedoras e valorizar a identidade do conjunto arquitetônico, que faz uma releitura da linguagem fabril das construções originais do lote.
No restaurante, denominado comedoria, os profissionais valorizaram a luz natural que incide pelos sheds e criaram a iluminação geral usando lâmpadas de vapor metálico de facho assimétrico e tonalidade amarelada (3 mil kelvins).
Cor vermelha identifica elementos novos do conjunto arquitetônico
A cor vermelha identifica os elementos novos do conjunto arquitetônico
Fluorescentes compactas em paginação regular marcam toda a extensão da marquise
Área sob marquise funciona como ponto de encontro
A área sob a marquise funciona como ponto de encontro
Postes baixos iluminam praça de acesso
Postes baixos com rebatedores e lâmpadas de vapor metálico de 250 watts e 3 mil kelvins iluminam a praça de acesso
Pontualmente, sobre as mesas foram empregadas halógenas AR 111 na mesma temperatura de cor, resultando em composição adequada ao pé-direito. Como o espaço prevê área para shows, dispõe de equipamentos para iluminação cênica.
Com parte do piso em vidro, deixando ver as piscinas do subsolo, o átrio do prédio maior é um dos espaços mais interessantes de todo o conjunto.
Durante o dia, é valorizado por intensa luminosidade natural que incide através de grandes planos de vidro. À noite, ele recebe iluminação indireta por meio de luminárias que, presas em estrutura metálica, jogam a luz para a cobertura, iluminando o térreo de forma difusa, por reflexão.
O piso de vidro deixa vazar luz para o pavimento inferior, criando um atrativo a mais para a parte coberta do conjunto aquático. Nesse piso, fluorescentes tubulares embutidas em sancas e lâmpadas de vapor metálico pontuam o forro.
A piscina maior é contornada por esses pontos de luz de vapor metálico e a paginação garante que todas as lâmpadas possam ser trocadas pelo lado de fora do tanque.
Piso de vidro integra visualmente o térreo ao subsolo
No átrio, o piso de vidro integra visualmente o térreo ao subsolo, com piscinas, e também pode servir de palco para atividades artísticas
Área das piscinas recebe luz de fluorescentes tubulares embutidas nas sancas
Parcialmente sob a cobertura de vidro, a área das piscinas recebe luz de fluorescentes tubulares embutidas nas sancas e das lâmpadas de vapor metálico que pontuam o forro
Já na área externa, o pátio da piscina recebe iluminação por meio de postes altos equipados com lâmpadas de vapor metálico de 250 watts e 3 mil kelvins, conjunto que também atende o setor das quadras descobertas.
Postes menores, com rebatedores de luz e a mesma lâmpada, respondem pela iluminação do solário e da grande praça que marca a área externa do Sesc Belenzinho.
A marquise cobre a interligação entre os prédios e embute fluorescentes compactas em paginação regular ao longo de toda a sua extensão.
No teatro, a iluminação do ambiente emprega lâmpadas halógenas dimerizáveis em luminárias instaladas exclusivamente nas laterais a fim de facilitar a manutenção e dispensar os andaimes na área sobre os assentos. Os demais componentes luminotécnicos pertencem ao sistema de iluminação cênica.
Texto de Nanci Corbioli
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 379 Setembro de 2011

Gilberto FrancoCarlos FortesOs arquitetos Gilberto Franco(FAU/USP, 1981) e Carlos Fortes (FAU/UFRJ, 1986) são sócios no escritório Franco+Fortes Lighting Design, que constituíram em 1997. Em 2007, a dupla recebeu Award of Merit na 24ª Premiação do Iald, pelo projeto luminotécnico do Museu da Língua Portuguesa
Grandes planos de vidro asseguram luminosidade natural ao átrio. De noite, luminárias jogam a luz para a cobertura e iluminam o espaço por reflexão
 
Quadras cobertas valorizadas pela luz natural através de sheds
As quadras cobertas são valorizadas pela luz natural que incide através de sheds
Iluminação artificial por lâmpadas de vapor metálico
A iluminação artificial é dada por lâmpadas de
vapor metálico
Iluminação espaço expositivo encaixa na grelha sob laje
A iluminação no espaço expositivo encaixa?se na grelha que cobre parcialmente as instalações sob a laje
Lâmpadas halógenas dimerizáveis respondem pela iluminação do teatro
Lâmpadas halógenas dimerizáveis, em luminárias instaladas exclusivamente nas laterais, respondem pela iluminação do teatro
Sheds da comedoria têm modulação diferente da utilizada nas quadras
Os sheds da comedoria têm modulação diferente da utilizada nas quadras. O espaço também acolhe shows e inclui equipamentos de iluminação cênica
Central de atendimento, fluorescentes pontuam forro
Na central de atendimento, fluorescentes de 36 watts pontuam o forro por trás da grade metálica
Lâmpadas de vapor metálico de facho assimétrico fazem iluminação geral do restaurante
Lâmpadas de vapor metálico de facho assimétrico e 3 mil kelvins fazem a iluminação geral do restaurante. Sobre as mesas, halógenas na mesma temperatura de cor


Fonte: Arco Web

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