terça-feira, 1 de novembro de 2011

Centro Musical do Uakti, Belo Horizonte

Grupo musical terá centro de referência em Belo Horizonte
Formado no final da década de 1970, o Uakti - um dos mais criativos grupos brasileiros de música instrumental - planeja construir sua sede em Belo Horizonte, cidade onde se originou. Denominada Centro de Referência Musical do Uakti, a edificação deve ser implantada no terreno do Hospital da Baleia, na zona leste da capital mineira, e foi desenhada pelo escritório MACh Arquitetos, de Mariza Machado Coelho e Fernando Maculan (que antes atuavam no estúdio A&M Arquitetura e Urbanismo). A viabilização do projeto está sendo articulada pelo escritório Santa Rosa Bureau Cultural.
Os autores descrevem a edificação como umaarticulação de cilindros e lajes superpostas, somada a brises verticais. Os cilindros contêm o programa de necessidades e as lajes servem à circulação e à acomodação do público nos interstícios do conjunto. Os brises filtram o sol e criam uma condição intencionalmente ambígua entre espaços internos e externo. A volumetria, observam os autores, remete simbolicamente aos instrumentos com os quais o Uakti cria sua música, desenhados e construídos pelo próprio grupo.
Para desenvolver o projeto, os arquitetos avaliaram as características topográficas e a vegetação do terreno. O lote apresenta dois platôs com desnível de três metros e diversas árvores de grande porte, condições que foram incorporadas à solução arquitetônica. “As árvores nos obrigaram a um exercício de esquivas” explica Mariza, observando que o volume proposto ajusta-se aos jacarandás e a um ipê de grande porte existentes.
Dos três cilindros que se comunicam, os dois do platô mais alto são unidos pela cobertura. O programa de necessidades está distribuído em três níveis. O acesso, localizado no pavimento intermediário, também acumula a função de distribuir os fluxos. Nesse patamar foram alocados a sala de instrumentos e o centro de memória (ambos no primeiro volume), a sala de aulas e estudos (no bloco central) e o acesso ao auditório, além das bilheterias.
O pavimento inferior abriga o palco e a plateia, bem como as instalações que dão suporte ao auditório. Biblioteca, núcleo de estudos, administração e um terraço são os ambientes agrupados na parte mais alta. De acordo com os arquitetos, a articulação de usos com acesso direto pelo platô permite acirculação universal, complementada por uma plataforma entre as cotas intermediária e superior. “Os cadeirantes terão lugar reservado no teatro, no nível de acesso”, assegura Mariza.

Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 377 Julho de 2011

Fonte: Arco Web

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