quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Você se lembra daquelas plantas e flores que sua vovó plantava no jardim da casa dela? Com uma roupagem atual o que era “de época” agora soa moderno e elegante


Escultura da natureza
GUAIMBÊ, costela-de-adão, filodendro... É só avivar a memória e as hastes de xaxim circundadas por essa família de plantas logo vêm à mente. Comuns em vasos entre as décadas de 1950 e 1970, essas espécies sumiram das varandas, principalmente na versão ornamental.“Ainda foram usadas como forração em jardins extensos, porque oferecem uma cobertura de solo muito boa”, diz a paisagista Jeane Calderan, da Calux Jardins. O desenho escultórico das folhagens – em especial as do guaimbê e da costela-de-adão –, com comprimento que varia de 0,30 m a 1,20 m, deu margem ao uso atual, como plantas de corte. Basta uma haste em um vaso ou garrafa com água para mudar o visual de uma mesa de centro ou aparador. Altamente resistentes, essas duas espécies duram até um mês se trocada a água e cortadas as suas hastes a cada dois dias.
Evelyn Müller
Um alerta: não plante a costela-de-adão em floreiras e lajes. “É uma espécie com sistema radicular agressivo. A raiz ramifica, à procura de água, e geralmente destrói a impermeabilização da construção”, afirma Jeane. Na opção para a sala de jantar (foto), o guaimbê da Uemura Flores e Plantas destaca-se em vaso da LS Selection, sobre o aparador da Brentwood.

Em vaso, a estrela ganha a sala
NOS ANOS 1970, as samambaias de metro eram a sensação das varandas de nossas mães e avós. Plantadas em xaxins (hoje em extinção) e penduradas em ganchos presos ao teto ou à parede, pendiam até que suas folhas tocassem o chão. A retomada do uso ganhou ares modernos e levou a espécie para dentro de casa, disposta em vaso. “Foi importada para vasos em halls de entrada e salas (foto), porque gosta de sombra”, diz a arquiteta e paisagista Claudia Diamant. Em interiores, é melhor evitar alterações de lugar. Uma vez que tenha se adaptado à luminosidade, temperatura e umidade do local, a samambaia deve ser mantida ali. O vento – dentro ou fora de casa – deve ser banido, porque causa a queima das folhas mais jovens e, consequentemente, a morte da espécie.
Evelyn Müller
Plantada em recipiente de plástico, a samambaia foi introduzida em vaso de cerâmica de 1m de altura, calçada com argila expandida


Evelyn Müller
A rainha dos anos 1960 volta descolada
OS CANTEIROS de dália foram abundantes nas décadas de 1960 e 1970, tal qual os de roseira. Após essa época, a flor, que sempre apareceu em grupos plantados à frente de casa ou no quintal dos fundos, ganhou a conotação de simples e passou a ser rejeitada para arranjos. Isso, até o ano passado. “Agora, a dália ganhou uma imagem de transada, de vintage”, diz a designer de flores Helena Lunardelli. Com o retorno, ela aparece em numerosas cores, sozinha ou acompanhada de outras flores, como rosas, cravos, lírios e astromélias. 
Volumes e formas instigantes em painel
ESTE TIPO de samambaia não nega a sua família, tanto que, entre as décadas de 1950 e 1970, disputava com a famosa parente a preferência das donas de casa. O emprego, ora apoiado em suportes de ferro, ora pendurado em ganchos na parede, foi atualizado. A releitura mantém a espécie na vertical, porém, em painéis. “A ideia de instalar o chifre-de-veado em placas é moderna. Privilegia a forma irregular e o volume de sua folhagem”, afirma a paisagista Vânia Moura. Na varanda de seu apartamento, Vânia prendeu a planta (que já vem aplicada em xaxim) ao painel também de xaxim, de 0,70 x 1 m, emoldurado por uma estrutura de alumínio. Se não tiver xaxim em casa, como a paisagista, a sugestão é trocar o material por fibra de coco. Na lista de cuidados, incluem-se a adubação da placa com substrato a cada seis meses e a irrigação duas vezes por semana. “Molhe o xaxim e não a folhagem, pois a planta se alimenta através dele. Borrife água nas folhas apenas para tirar o pó”, diz a paisagista. 
 
Evelyn Müller
As folhas novas da planta são pequenas e firmes. Só com a idade tornam-se bifurcadas, brilhantes e pendentes
Evelyn Müller
Quanto mais solitário, mais beloDESDE OS ANOS 1940, os antúrios plantados no jardim já roubavam a atenção como flor de corte em arranjos. Junto com o cravo, a rosa e a palma, a flor manteve a hegemonia até os anos 1970, quando surgiram as flores tropicais. Mais tarde, no fim da década de 1980, com a expansão da produção de flores no Brasil, encabeçada pela cooperativa Veiling Holambra, desapareceu dos arranjos. Para a sorte de quem ama a flor, o antúrio voltou em diferentes tons de vermelho e variações que chegam ao pistache, chocolate (foto), branco e branco com pontas verdes – a preferida do florista Vic Meirelles. A flor de alta resistência pode ser usada junto com outras, mas o especialista avisa: “Há risco de cair na cafonice.A composição antúrio e solitário é acerto garantido”. Em vaso, a flor dura 15 dias com a troca constante de água e o corte dos caules. As cinco hastes da planta são da Uemura Flores e Plantas. Estão em vaso da Etna, sobre a mesa de centro espelhada da Brentwood.
Fonte: Casa e Jardim

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