quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Você teria uma planta carnívora em casa?


Foto à esq.:www.orquidariomv.com.br; à dir.: Shutterstock
utricularia (à esquerda) é uma espécie comum na vegetação brasileira. Já as nephentes (à direita), uma das poucas carnívoras que preferem meia-sombra, são apreciadas por cultivadores
Reprodução
nephentes rajah, típicas das úmidas florestas da ilha de
Bornéu, na Ásia, possui folhas em forma de urna de
aproximadamente 50 cm de comprimento e é considerada a
maior carnívora do mundo. Além de atacar insetos, pode
capturar anfíbios, roedores de pequeno porte e até pássaros
Talvez o nome não colabore, mas as plantas carnívoras não são, nem de longe, vilãs – muito menos "devoradoras de animais e criancinhas". "O preconceito existe por falta de conhecimento", diz o paisagista Sérgio Ricardo Santana, do DW Paisagismo.
Ao redor do mundo são mais de 750 espécies distribuídas em 20 gêneros. “Aqui no Brasil temos mais de 200 tipos - destacando-se as droseras e as utricularias -, a maior parte em campos de altitude e restingas”, diz o biólogo, doutor em Biologia Ve e professor da Unicastelo, José Mauricio Piliackas. “Somos o segundo país em biodiversidade, perdendo apenas para a Austrália”.

Em termos de cultivo, os amantes das plantas carnívoras optam por outras espécies, mais atrativas por sua estética e tamanho ou até pelo manejo, já que o cultivo da espécie é um pouco mais complexo e necessita de alguns cuidados diferenciados. A mais famosa por aqui é a dionaea, conhecida pelo movimento na hora de capturar suas presas. Existem também as sarracenias,com a folha em forma de ânfora, e as nephentes, cujas flores possuem jarros pendurados.

O cultivo
Ao longo de sua evolução, as plantas carnívoras adquiriram uma habilidade diferente graças ao solo pobre em nutrientes por ser muito ácido: capturar insetos ou pequenos crustáceos e larvas (no caso de plantas como a utricularia, cuja armadilha fica debaixo da terra ou subaquática). “Ela retira de suas vítimas os nutrientes que não encontram no solo, mas isso não significa que morrerá caso não consiga capturar nenhum durante algum tempo. Se ela se alimentar com um ou dois insetos por semana, está ótimo”, diz Piliackas. 
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“É comum nos depararmos com pessoas que cutucam a dionaea, para que ela se feche. Isso prejudica a planta, pois faz com que ela gaste muita energia”, conta Piliackas.
As plantas carnívoras são divididas em três grupos: as ativas, que se movimentam para capturar suas presas; as passivas, que não se movimentam; e as semiativas, que apresentam movimentos após a captura, a fim de aumentar o contato com a presa e, assim, promover a sua área de absorção de nutrientes

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sarracenia leucophylla é uma espécie comum aqui no Brail
Cuidar de plantas carnívoras não requer muitas habilidades, apenas conhecimento e um pouco de dedicação. É necessário recriar ao máximo seu habitat natural, isto é, nunca usar solo comum, rico em nutrientes. A opção certa é o sphagnum, um tipo de musgo capaz de reter água, misturado a materiais inertes para dar volume, como a areia. “Existem plantas que necessitam de uma estufa, mas a maioria gosta de sol direto. Nunca deixe uma planta carnívora dentro de casa – a não ser que haja um terrário”, explica o biólogo.

Outra preocupação importante que se deve ter ao começar o plantio de uma carnívora é com a irrigação. Todas as espécies precisam de solo constantemente úmido, senão morrem. Atenção especial à umidade relativa do ar baixa e ao vento, que ressecam a planta mais rápido.
Segundo Sérgio, a única ressalva na hora do cultivo das carnívoras é com as crianças, que se encantam pelas plantas e tocam nelas o tempo todo.



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drosera rotundifolia possui pequenos pelos glandulares em suas folhas com uma substância pegajosa que aprisiona as presas


Fonte: Casa e Jardim

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