quinta-feira, 17 de maio de 2012

Arquitetos desenvolvem projeto de uma fazenda sem limites fisícos


As zonas de transição entre exterior e interior não têm definições rígidas
As zonas de transição entre exterior e interior não têm definições rígidas
Condições favorecem inserção harmoniosa
Um conjunto de aspectos bastante favoráveis, como a ausência de limites físicos para implantação, grandes possibilidades de exploração de visadas naturais e a topografia plana, deu aos arquitetos Anna Cristina Lazzarini Ávila, Gustavo Rocha Ribeiro e André de Paula Abreu, do escritório Sito Arquitetura, condições mais que ideais para o desenvolvimento do projeto desta sede de fazenda em Paraopeba, cidade a cerca de cem quilômetros de Belo Horizonte.
Com grande área construída, a sede de fazenda foi desenhada para ser um local de descanso para o cliente, sua grande família e convidados.
O projeto tira partido de um conjunto de aspectos favoráveis, como o terreno plano, a paisagem exuberante marcada pela presença de um lago e a grande área disponível para a casa.
O resultado é uma edificação térrea e ampla, com muita luz e iluminação naturais, belas vistas panorâmicas do entorno e espaços abertos com zonas de transição entre exterior e interior sem definições rígidas.
Os arquitetos buscaram dar tratamento contemporâneo a elementos típicos da arquitetura colonial, fazendo referência direta às tradicionais sedes de fazenda mineiras.
Sem limites de área, a construção espalha-se pelo lote plano
Sem limites de área, a construção espalha-se pelo lote plano
A construção é convencional, com estrutura de concreto e fechamento de alvenaria
A construção é convencional, com estrutura de concreto e fechamento de alvenaria
O anteparo de pedra escravo dá mais privacidade à suíte principal
O anteparo de pedra escravo dá mais privacidade à suíte principal
Entre os exemplos claros dessa intenção está o grande telhado com estrutura de madeira, que culmina em uma caixa-d’água escultural equilibrada sobre um muro delgado. Há também o anteparo em pedra escravo, que dá mais privacidade à suíte principal e faz um contraponto ao muro do telhado e ao fundo do jardim interno.
“Nesse projeto usamos técnicas construtivas atuais, mas não fazia sentido buscar nenhum recurso mais tecnológico. O cliente viu uma outra casa que projetamos com essa abordagem e nos procurou porque queria exatamente uma sede de fazenda de proporções coloniais e em grande contato com o exterior”, explica Anna Cristina Lazzarini Ávila, uma das autoras do projeto.
Vista posterior do pátio interno
Vista posterior do pátio interno
A casa é térrea, linear, em referência às típicas sedes de fazenda mineiras
A casa é térrea, linear, em referência às típicas sedes de fazenda mineiras
O clima quente da região foi um dos fatores determinantes da proposta e levou os arquitetos a dar prioridade a soluções que atenuassem as temperaturas e favorecessem o conforto térmico, como pé-direito duplo em toda a área construída, amplas varandas contornando os ambientes, pisos revestidos por pedras, cobertura em telhas cerâmicas e grandes aberturas que exploram as visadas e levam luz e ventilação cruzada a salas e quartos.
Além desses recursos, a casa conta com um pátio central com paisagismo e espelho d’água desenvolvidos especialmente com a finalidade de criar um microclima mais ameno e reduzir a temperatura no interior dos dormitórios, todos com portas abertas para esse pátio. Já a extensa fachada das salas e varandas estão diretamente voltadas para o lago.
Construída em sistema convencional, com estrutura de concreto e fechamento de alvenaria, a casa tem elementos de presença forte, como o porte cochère do acesso social, que recepciona os convidados de modo mais confortável, abriga os automóveis e conduz à grande porta de entrada, ou o generoso beiral em balanço que responde pela circulação dos quartos e serve como mais um exemplo de transição sutil entre espaços abertos e fechados.

Texto de Nanci Corbioli
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 385 Março de 2012


Anna Cristina Lazzarini ÁvilaGustavo Rocha RibeiroAndré de Paula AbreuOs arquitetos Anna Cristina Lazzarini Ávila (UFMG, 1992),Gustavo Rocha Ribeiro(UFMG, 1992) e André de Paula Abreu (UFMG, 1992, e engenheiro civil pela Fumec, 1993) são sócios diretores do escritório Sito Arquitetura, fundado em 1995 e premiado em diversos concursos de arquitetura. A empresa atua em projetos para o mercado imobiliário, residenciais, comerciais, corporativos, culturais, hotelaria, espaços e equipamentos urbanos
Vista do jardim interno, para onde se abrem as portas dos quartos
Vista do jardim interno, para onde se abrem as portas dos quartos
Detalhe mostra o telhado com estrutura e forro de madeira. O pé-direito é duplo em todos os ambientes
Detalhe mostra o telhado com estrutura e forro de madeira. O pé-direito é duplo em todos os ambientes
 
A ampla varanda integra áreas sociais e de lazer
A ampla varanda integra áreas sociais e de lazer
O espelho d’água e a vegetação contribuem para criar clima mais ameno
O espelho d’água e a vegetação contribuem para criar clima mais ameno
A varanda dá vista para áreas de lazer e para o lago, ao fundo
A varanda dá vista para áreas de lazer e para o lago, ao fundo
O amplo beiral em balanço responde pela circulação dos quartos
O amplo beiral em balanço responde pela circulação dos quartos


Fonte: Arco Web

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