segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O que você acha de ter seus pais nas redes sociais?

As relações entre as pessoas estão cada vez mais intensas no mundo virtual, e as redes sociais exemplificam bem essa situação. Nelas, amigos costumam manter contato diariamente para contar as novidades. E é nesse novo ambiente que pais e filhos acabam se comunicando também com muita frequência.
 
Mas o relacionamento familiar na internet pode não ser o ideal. Um exemplo muito comum é o constrangimento que os filhos sentem por causa das atitudes de seus pais nas redes sociais. Afinal, elas se tornaram um “ponto de encontro”, assim como as festas de escola, os shoppings e outros lugares em que os jovens se sentem mais à vontade quando estão apenas entre amigos.
 
A seguir, especialistas explicam os motivos que levam ao constrangimento e dão dicas de como manter uma relação saudável também no mundo virtual. 
 
O que constrange?
 
A psicóloga Malka Reyzla Scharff explica que a nova geração já nasceu em um mundo com computadores e tem dificuldades de aceitar o fato de que o pai ou a mãe não saiba usar bem a internet ou como agir nas redes sociais. Por isso, é importante ter cuidado com algumas atitudes.
 
Mimar os filhos diante dos amigos costuma gerar situações desconfortáveis nas redes sociais; então, procure avaliar a forma como está interagindo. “Fazer comentários muito infantis ou controladores, postar fotos de quando eram novinhos e compartilhar correntes na internet são alguns exemplos que incomodam”, exemplifica.
 
Outras dicas para evitar erros bastante comuns: não confunda mensagens privadas com públicas ou o “curtir” com o “compartilhar”. Deixar recados particulares para todo mundo ler ou cometer erros gramaticais geralmente causam vergonha.
 
Por que constrange?
 
De acordo com Silvana Martani, psicóloga clínica da Beneficência Portuguesa de São Paulo e autora dos livros Uma viagem pela puberdade e adolescência (2007) e Manual teen (2008), a interferência paterna e materna é sempre constrangedora, pois é interpretada como uma invasão de privacidade.
 
“O comentário da mãe sempre vai ter uma conotação diferente da mensagem de um amigo”, explica. Silvana conta ainda que a interação não é vista apenas pelo filho, mas por toda a sua rede de amigos, e essa exposição pode constranger. 
 
O papel dos pais
 
Silvana considera fundamental estar sempre atenta ao que acontece nas redes sociais: acompanhar com quem os filhos se relacionam, ver os conteúdos acessados e prestar atenção nos comentários feitos, por exemplo. “Deixar mensagens é ultrapassar o limite dessa observação diária”, complementa. Os pais devem dar os seus recados, sejam positivos ou negativos, pessoalmente. 
 
Lembre-se também de que “a observação não deve ser às escondidas, pois a rede social não é um segredo. Procure conversar abertamente com os seus filhos sobre tudo o que te incomoda”, indica a especialista. 
 
Definição de limites
 
Para a psicóloga Malka, os pais podem, sim, interagir com seus filhos nas redes sociais, desde que sem exageros. O importante é saber diferenciar o perfil de cada jovem para entender como ele se relaciona no mundo virtual.
 
“Alguns são bem descontraídos e até marcam as mães em publicações. Já outros são mais tímidos e não gostam disso. O ideal é usar o bom senso e respeitar a individualidade de cada um”, comenta. 
 
O mais importante: ser mãe 
 
Segundo as duas psicólogas, antes de tudo, é fundamental se colocar como mãe, e não somente como amiga. “Hoje existe uma tendência de os pais quererem passar a imagem de grandes amigos, e isso pode ser prejudicial à relação. É claro que precisam ser parceiros, mas deve prevalecer sempre o papel da maternidade e da paternidade”, revela Silvana. 
 
Seis dicas de comportamento
 
Confira a seguir seis dicas que Silvana e Malka prepararam para você manter um bom relacionamento com o seu filho nas redes sociais
 
  1. Observe e interaja, mas sem exageros.
  2. Lembre-se de que existe uma rede de amigos que vê o que você comenta, curte ou compartilha. Por isso, não exponha a intimidade da sua família.
  3. Dê liberdade para que os filhos usem a rede, desde que os acompanhe diariamente.
  4. Não desista de conversar com os seus filhos sobre tudo, em hipótese alguma. 
  5. Evite “perseguições”. Se encontrar um comentário do tipo “Fui à casa da minha namorada”, não escreva algo como “Mas você deveria ter ido ao dentista”.
  6. Aprenda a usar a rede social e os seus recursos (compartilhamentos, mensagens privadas, álbum de fotos etc.). Peça ajuda aos seus filhos como um primeiro gesto de aproximação e convívio no mundo virtual.

Fonte: Vital

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