terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Veja aqui o projeto brasileiro que se destacou na premiação de sustentabilidade


Vista geral da Vila Solar, onde foram montados os protótipos
Vista geral da Vila Solar, onde foram montados os protótipos
Projeto brasileiro destaca-se em premiação de sustentabilidade
Mais de 220 mil pessoas visitaram a Vila Solar (leia o quadro “Decathlon da energia solar”) em Madri, entre 14 e 30 de setembro último, para conhecer de perto os projetos que disputaram a competição para o desenvolvimento de moradias autossuficientes em energia, a Solar Decathlon Europe 2012 (SDE 12). Nesta edição, foram inscritos 18 projetos elaborados por grupos multidisciplinares de 12 países. O trabalho vencedor foi Canopea, apresentado pela equipe francesa Rhône Alpes, composta por 20 líderes e mais de cem estudantes de três áreas distintas.

A única representante do Brasil na competição foi a Ekó House, que conquistou o terceiro lugar no subconcurso de sustentabilidade, a quinta colocação na prova de comunicação e conscientização social e a 14ª classificação no ranking geral. A proposta brasileira foi desenvolvida por meio de uma parceria liderada por UFSC e USP, com apoio da Fupam e colaboração da Unicamp, UFRJ, UFRN e IFSC. Sob a coordenação geral do professor Adnei Melges de Andrade, vice-reitor de Relações Internacionais da USP, o trabalho é resultado de um processo de integração acadêmica que há mais de quatro anos vem envolvendo estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores e docentes de áreas como arquitetura e urbanismo, engenharia, design, comunicação e marketing.

Além das honras conferidas pelo júri, o público elegeu seu projeto favorito para receber o prêmio de nome Kömmerling. O vencedor, que também conquistou o segundo lugar no ranking geral, foi apresentado pela equipe da Andaluzia.
Projeto Canopea

Três dos dez subconcursos que compõem a competição internacional foram vencidos pelo projeto da equipe Rhône Alpes: condições de conforto, funcionamento da casa e inovação.
A casa vencedora representa a extração de uma fatia da nanotorre
A casa vencedora representa a extração de uma fatia da nanotorre
Ele procura dar respostas a questões atuais de adensamento das cidades, no caso do corredor alpino, e pode ser definido como parte de uma proposta urbanística com perfil de cidade ecológica.
Zoneamento misto, mobilidade urbana e transporte por meio de veículos elétricos são aspectos integrantes do trabalho.
A casa vencedora é uma unidade extraída de edifício multifamiliar com até dez pavimentos, tipologia sinalizadora da escala urbana habitacional.
Cada moradia ocupa um andar e apresenta características de residência unifamiliar, consideradas simultaneamente a detalhes técnicos, como fluxos de água e de calor nas edificações visando a redução de perdas ou ainda rede de gestão inteligente dos sistemas, e ao monitoramento integrado de todas as edificações.
Sob os painéis solares instalados na cobertura, o último piso concentra equipamentos para uso compartilhado, como lavanderia, cozinha para lazer, espaço para relaxamento e jardins.
Também o mobiliário assumiu papel decisivo para o desempenho da casa. Os ambientes de estar e cozinha são integrados entre si e usam um gabinete deslizante que pode ser facilmente movido.
Com isso é possível ampliar a cozinha ou delimitar um espaço lateral de múltiplos usos com dimensões variáveis, que pode servir como escritório, quarto adicional ou depósito.
O projeto da equipe francesa Rhône Alpes conquistou o primeiro lugar
Vista interna do projeto premiado
Decathlon da energia solar
Solar Decathlon Europe é uma competição internacional entre universidades que tem por objetivo promover o desenvolvimento de moradias com baixo consumo de recursos naturais, que tirem do sol a energia necessária e gerem menos resíduos ao longo de sua vida útil.

Durante a etapa final da competição, as equipes multidisciplinares participantes montam seus protótipos na Vila Solar, em Madri, para concorrer em dez subconcursos valendo diferentes pontuações: arquitetura (120 pontos), engenharia e construção (80), eficiência energética (100), balanço da energia elétrica (120), condições de conforto (120), funcionamento da casa (120), comunicação e sensibilidade social (80), industrialização e viabilidade de mercado (80), inovação (80) e sustentabilidade (100). São premiadas as três equipes com maior pontuação em cada um dos dez subconcursos e o ranking final classifica os participantes pelo somatório dos pontos obtidos.

Criada nos Estados Unidos, a Decathlon EUA Solar (DOE) é um competição bienal que acontece nos anos ímpares. Em 2010 o evento ganhou versão europeia, a ser realizada sempre nos anos pares e com o apoio da Universidade Politécnica de Madri e do governo espanhol. A partir de 2013 está prevista também uma versão chinesa do concurso.
A Ekó House foi a única representante de um país tropical e do hemisfério sul na competição
A Ekó House foi a única representante de um país tropical e do hemisfério sul na competição
Participação brasileira
A Ekó House conquistou o terceiro lugar na prova de sustentabilidade, em empate técnico com o trabalho Counter Entropy, da equipe alemã da Universidade Aachen, instituição especializada em pesquisa de tecnologia.
Único representante do hemisfério sul na competição, o projeto tem tecnologia capaz de adaptar a casa a vários climas e ambientes, utilizando, por exemplo, nas paredes e lajes de cobertura e de piso, painéis com isolamento térmico incorporado, do tipo sanduíche. A especificação de telhas de alumínio levou em consideração a leveza e a opção de encaixe que permite qualquer fixação de sistemas, sem a necessidade de perfuração.
Com estrutura composta por madeira maciça e chapas de OSB, a Ekó House é uma casa modular com cerca de 50 metros quadrados. Idealizada para um casal, ela pode receber outros módulos para aumentar de área.
Além da geração de energia e do descarte de resíduos, a Ekó House apresentou varanda dimensionada para controlar as trocas de calor, grandes aberturas para amplificar a utilização da luz natural, separação de águas de esgoto e águas servidas, posteriormente tratadas e reutilizadas, e sistema de automação. Softwares foram utilizados para criar protótipos e simular eficiência energética. Mais informações: www.ekobrasil.org.

Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 393 Novembro de 2012
O projeto brasileiro ficou com o terceiro lugar em sustentabilidade e o 14º na classificação geral
O projeto brasileiro ficou com o terceiro lugar em sustentabilidade e o 14º na classificação geral
Grandes aberturas exploram a luminosidade natural
Grandes aberturas exploram a luminosidade natural
A proposta da equipe da Andaluzia foi eleita pelo voto popular como o melhor trabalho da competição
A proposta da equipe da Andaluzia foi eleita pelo voto popular como o melhor trabalho da competição


Fonte: Arco Web

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