terça-feira, 3 de abril de 2012

Solução vencedora usa labirinto como elemento paisagístico

Parque da Tamarineira fica para equipe de Recife
Ao anunciar, no início de outubro, o resultado do concurso que selecionou a melhor proposta para a implantação do parque da Tamarineira, o prefeito de Recife, João Costa, disse que iria buscar financiamento e parceiros para desenvolver o projeto executivo. “Queremos fazer tudo no menor prazo possível”, assegurou ele, referindo-se à implantação do trabalho inscrito por LF Empreendimentos e Projetos Arquitetônicos, escolhido entre 23 participantes para transformar parte daquele terreno, localizado na região norte da capital pernambucana, em um parque público. A decisão foi tomada depois de o município consultar vários setores da sociedade e colher a opinião de quase 12 mil internautas acerca do destino da área. O terreno onde será implantado o equipamento foi decretado de utilidade pública em 2010. Lá funcionam o Hospital Ulysses Pernambucano, o Hospital Municipal Pediátrico Helena Moura e o Centro Municipal de Tratamento e Prevenção de Álcool (CPTRA). A competição foi realizada com o apoio do IAB/PE e os trabalhos foram avaliados por um júri formado pelos arquitetos Evelyne Labanca, Hector Vigliecca, Milton Botler, Sidney Linhares e Wandenkolk Tinoco. Por ter conseguido o primeiro lugar, a equipe de Recife receberia o prêmio de 40 mil reais e assinaria contrato para desenvolver a proposta. De Olinda é o escritório - Grau Grupo de Arquitetura e Urbanismo - que apresentou o projeto ao qual o júri atribuiu o segundo lugar, remunerado com 20 mil reais. O estúdio GM2M Arquitetos, de Curitiba, recebeu 10 mil reais pelo terceiro lugar.
1º lugar
Simulando os labirintos da mente
Celso Vinícius Sales, Luciana Raposo, Carmen Cavalcanti, Manuela Maia, Mariana Riba e Christoph Jung integram o time que apresentou a proposta eleita pelo júri como a melhor solução para o futuro parque da Tamarineira.
No memorial de seu trabalho, a equipe observa que o parque terá o compromisso de abrir-se à cidade, desmistificar a loucura e oferecer à população lazer, cultura e educação ambiental. “Tudo isso convivendo com atividades hospitalares”, argumentam.
A decisão de remover do terreno barreiras e anexos sem qualidade arquitetônica pretende facilitar a leitura do equipamento e das construções históricas mais significativas ali existentes.
A solução vencedora cria dois grandes eixos que se estendem da entrada principal até a Matinha (ao fundo do lote).
“Entre esses eixos, um labirinto de vegetação arbustiva faz alusão à complexidade dos percursos da mente e constitui-se no elemento paisagístico mais forte do projeto”, discorrem os autores.
O trabalho escolhido também cria um acesso à Tamarineira e ordena a requalificação do riacho do Jacarezinho, que atravessa o parque e deverá funcionar como modelo de despoluição para os cursos d’água naquela capital.
Alguns dos edifícios históricos existentes e tombados serão convertidos em auditório, museu e centro de convivência de saúde mental.
 
Pavilhão de sustentabilidade
A equipe também desenhou para o terreno uma construção à qual deram o nome de Pavilhão da Sustentabilidade - a edificação que deverá ser construída dentro dos preceitos do Leed se destinará a exposições temáticas relativas à sustentabilidade e ao meio ambiente.
Implantação
Implantação
1. Edifícios históricos principais 2. Complexo hospitalar 3. Centro de atividades físicas 4. Hospital infantil (existente) 5. Café e livraria
6. Eixo monumental e labirinto 7. Riacho revitalizado 8. Matinha e deque de observação 9. Playgrounds 10. Acesso principal
11. Praça e novo acesso

2º lugar
Sem muros, para quebrar o isolamento
Implantação
Implantação
1. Gramado 2. Memorial Ulysses Pernambucano
3. CAT/ateliês/Museu do Inconsciente 4. Spa Urbano
5. Esplanada das Visões 6. Matinha 7. Bicicletário 8. Ciclovia
9. Passeio 10. Acesso 11. Restaurante 12. Estacionamento
13. Floricultura/lanchonete 14. Emergência psiquiátrica 15. CPTRA
16. Hospital pediátrico 17. Subestação compactada
18. Área para atividades esportivas e culturais
A equipe para a qual o júri deu o segundo lugar - formada por Luís Moriel (coordenador), Alex Campelo, Cristiano Nascimento, Lícia Cotrim, Marise Cirne, Robson Canudo, Rodrigo Cabral e Vera Freire, e os colaboradores Luiz do Monte, Victor Valença, Rodrigo Tavares, Virginia Pernambucano e Christina Machado - toma como mote inicial do projeto a derrubada dos muros do local.

Bancos, taludes e abrigos substituem e simbolizam a subversão do modelo anterior de isolamento, ao qual está vinculado o hospital psiquiátrico ali existente.

A intervenção proposta pela equipe do estúdio Grau está ancorada, entre outras, nas seguintes premissas: abertura de visadas, corredores verdes e liberação do terreno para uso público; relação do equipamento com o sistema de drenagem da capital; integração das áreas livres com os espaços dos edifícios hospitalares; releitura e interpretação dos prédios históricos; constituição de um núcleo cultural no edifício histórico com alta variedade programática.

3º lugar
Afluente delimita e organiza espaço
A solução idealizada pelos profissionais Guilherme Mendes Lima, Michel Macedo, Giselle Dziura, Martha Gabardo, Vitor Jun Takahashi e Pedro Sunye, cuja proposta foi inscrita pelo escritório GM2M Arquitetos, de Curitiba, indica que o parque da Tamarineira deverá apresentar um caráter permeável, porém seguro.
Sua proposta atribui ao item do programa que eles chamam de afluente artificial (ao qual destinam a função de recriar o ambiente natural) a tarefa de delimitar e organizar o espaço - “ele define o programa, garante controle de acessos e ainda gera permeabilidade visual com segurança para os usuários”, assegura a equipe.
Os autores também sugerem que o Hospital Ulysses Pernambucano seja transformado num pequeno centro de eventos com suas funções realocadas em um novo prédio circular que envolverá o Hospital Pediátrico Helena Moura. Esse novo prédio também vai acomodar o centro de tratamento do alcoolismo, passando este a funcionar como edifício de apoio.

Publicado originalmente em PROJETODESIGN
Edição 383 Janeiro de 2012
Implantação
1. Acesso de veículos ao parque 2. Acesso de veículos ao hospital 3. Acesso de pedestres 4. Estacionamento do parque
5. Estacionamento do hospital 6. Estacionamento de eventos 7. Praça seca 8. Afluente artificial 9. Eixo de acesso de eventos
10. Acolhimento 11. Salas de aula/seminários 12. Auditório 13. Pátio coberto 14. Novo hospital 15. Hospital Helena Moura
16. Café/livraria 17. Quiosques/arquibancada 18. Restaurante/apoio 19. Capela 20. Celpe 21. Administração/monitoramento das águas
22. Área esportiva 23. Espaço lúdico/playground 24. Acesso à trilha da Matinha


Fonte: Arco Web

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