A capa do livro Bordar a vida
Um grupo de mulheres que usa o artesanato – especificamente o bordado – como força para ajudar a proteger suas crianças e adolescentes com problemas cardíacos. Assim é o programa Maria, Maria, idealizado pela ACTC (Associação de Assistência à Criança e ao Adolescente Cardíacos e aos Transplantados do Coração). Com o objetivo de mostrar os resultados e revelar um pouco da trajetória de cada uma dessas mães, a instituição lança o livro Bordar a vida – Histórias dos trabalhos das mulheres da ACTC, nesta quarta-feira, dia 21 de março. Escrita por Ana Augusta Rocha e Cristina Macedo, com fotos de Douglas Garcia e Romulo Fialdini, a obra leva ao público a arte tecida pelas mãos destas bordadeiras. No evento, que acontece em São Paulo, alguns dos trabalhos estarão expostos e poderão ser comprados. As peças ficam à mostra até o próximo dia 28 de março.
“Em muitos casos, foi por meio das linhas e agulhas que se deu a elevação da autoestima, já que, nessa situação, muitas vezes as mulheres se sentem – velada ou explicitamente – culpadas pelo estado de saúde de seus filhos”, diz o texto que divulga o lançamento do livro. De acordo com a ACTC, cerca de 20% das mães da casa estão envolvidas diretamente com os bordados. “É um espaço de aprendizagem em que se oportuniza o exercício coletivo da partilha de aptidões, competências e saberes”, define a educadora Cristina Macedo Tomás, uma das autoras. Em entrevista a Casa e Jardim, ela e a jornalista Ana Augusta Rocha, sua parceira neste trabalho, contam um pouco mais sobre a obra.
“Em muitos casos, foi por meio das linhas e agulhas que se deu a elevação da autoestima, já que, nessa situação, muitas vezes as mulheres se sentem – velada ou explicitamente – culpadas pelo estado de saúde de seus filhos”, diz o texto que divulga o lançamento do livro. De acordo com a ACTC, cerca de 20% das mães da casa estão envolvidas diretamente com os bordados. “É um espaço de aprendizagem em que se oportuniza o exercício coletivo da partilha de aptidões, competências e saberes”, define a educadora Cristina Macedo Tomás, uma das autoras. Em entrevista a Casa e Jardim, ela e a jornalista Ana Augusta Rocha, sua parceira neste trabalho, contam um pouco mais sobre a obra.
Bordado de Aparecida Lima Gallo da Silva, de Ribeirão do Pinhal, Paraná
Casa e Jardim – Como surgiu a ideia de transformar as histórias das mães da ACTC em um livro?
Cristina Macedo – Depois de dez anos, consideramos que, além de mostrar belos trabalhos que retratavam a evolução do grupo (tanto do ponto de vista técnico, como do estético), seria importante divulgar esta experiência em que ensino e aprendizagem se cruzam e se complementam.
Ana Augusta Rocha – A ideia nasceu do próprio grupo ao ver como os bordados tomaram corpo. De um início tímido, quando as mulheres relutavam em aderir ao grupo porque não se julgavam capazes, até o momento em que se viram criadoras de belas obras de arte: o livro conta essa trajetória e traz a voz das participantes em depoimentos.
CJ – Na opinião de vocês, o que é mais emocionante nas histórias?
CM – Todas as histórias são tocantes, pois são carregadas de sonhos e esperanças de mulheres que muitas vezes esquecem de si mesmas, mas teimam em continuar. São vivências singulares que, compartilhadas, dão força para que elas sigam na luta. Mulheres que perdem os filhos, mas continuam a bordar; outras que, frente à dor, abandonam o bordado...
AAR – Muitas histórias são emocionantes. Principalmente as relacionadas a uma imersão num conto sobre uma moça que havia bordado um quadro mágico: tudo que ali bordava se concretizava na vida real.
CJ – E como terminava o conto?
AAR – Ao bordar um marido, ele teria se transformado em uma pessoa tirânica, que dela tudo exigia. Ela tinha de bordar sem cessar para satisfazer os desejos dele. Até que ela toma a difícil decisão de desfazer o bordado do marido. Foi um conto que mexeu bastante com todas as mulheres. A partir daí, elas elaboraram desenhos sobre suas vidas. Um trabalho belíssimo capitaneado pela Cristina.
Cristina Macedo – Depois de dez anos, consideramos que, além de mostrar belos trabalhos que retratavam a evolução do grupo (tanto do ponto de vista técnico, como do estético), seria importante divulgar esta experiência em que ensino e aprendizagem se cruzam e se complementam.
Ana Augusta Rocha – A ideia nasceu do próprio grupo ao ver como os bordados tomaram corpo. De um início tímido, quando as mulheres relutavam em aderir ao grupo porque não se julgavam capazes, até o momento em que se viram criadoras de belas obras de arte: o livro conta essa trajetória e traz a voz das participantes em depoimentos.
CJ – Na opinião de vocês, o que é mais emocionante nas histórias?
CM – Todas as histórias são tocantes, pois são carregadas de sonhos e esperanças de mulheres que muitas vezes esquecem de si mesmas, mas teimam em continuar. São vivências singulares que, compartilhadas, dão força para que elas sigam na luta. Mulheres que perdem os filhos, mas continuam a bordar; outras que, frente à dor, abandonam o bordado...
AAR – Muitas histórias são emocionantes. Principalmente as relacionadas a uma imersão num conto sobre uma moça que havia bordado um quadro mágico: tudo que ali bordava se concretizava na vida real.
CJ – E como terminava o conto?
AAR – Ao bordar um marido, ele teria se transformado em uma pessoa tirânica, que dela tudo exigia. Ela tinha de bordar sem cessar para satisfazer os desejos dele. Até que ela toma a difícil decisão de desfazer o bordado do marido. Foi um conto que mexeu bastante com todas as mulheres. A partir daí, elas elaboraram desenhos sobre suas vidas. Um trabalho belíssimo capitaneado pela Cristina.
Bordado de Everlinda Gumz Klug, de Cariacica, no Espírito Santo
Fonte: Casa e Jardim
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