sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Hugo França cria móveis usando árvores caídas

Divulgação/Hugo França
Banqueta Tambor IV, um dos móveis feitos por Hugo França
com árvores caídas
Em vez de derrubar árvores para usar na composição de móveis, por que não utilizar aquelas que já caíram por força da natureza? Além de colaborar com a preservação das espécies, a ideia dá um destino nobre a troncos mortos, que poderiam ir direto para o lixo. A iniciativa é do designer brasileiro Hugo França, autor da coleçãoMobiliários Públicos/Árvores Urbanas, que entre os dias 31 de maio e 2 de junho será um dos destaques da reunião do C40, realizada em São Paulo.

O grupo, formado por representantes de 40 grandes metrópoles do mundo envolvidas com a preservação ambiental, se junta a cada dois anos para discutir ações cooperativas sobre questões como as mudanças climáticas. Em 2011, o encontro será sediado na capital paulista e, durante uma cerimônia, cada prefeito plantará uma semente no solo do Parque do Ibirapuera. Lá, eles também conhecerão dez peças de mobiliário urbano feitas com árvores derrubadas e assinadas por Hugo França. O designer concedeu uma breve entrevista àCasa e Jardim, em que conta mais sobre o projeto e fala da importância de participar do C40.

Casa e Jardim Online – Como surgiu o projetoMobiliário Público/Árvores Urbanas?
Hugo França
 – A ideia surgiu em 2000, quando fui convidado para um workshop na Escola de Belas Artes de Saint-Etienne. Na ocasião, pensei em aproveitar uma árvore que havia caído após um vendaval ocorrido na França, na virada do ano de 1999. Desde então, venho pensando na pertinência de reaproveitar as árvores caídas em ambientes públicos, e tenho tentado viabilizar o projeto, além de sensibilizar as pessoas sobre a importância dele.

CJ – E como aconteceu a integração com o C40?
HF –
 A questão do C40 veio depois. Fiz uma parceria com o Parque do Ibirapuera em 2010, quando produzimos duas peças, e soube que o parque seria palco de uma importante solenidade deste fórum, agora em 2011. Concordamos com uma nova parceria e o resultado foram as dez novas peças, feitas e locadas no parque, que farão parte do evento.

CJ – É mais difícil criar uma peça com um material que, de certa maneira, tem limitações, como um tronco? Como é o processo de criação nesse caso?
HF –
 A limitação, de uma maneira ou de outra, é o grande desafio dos designers. No meu caso, não é diferente. São as superações desses limites que resultam nas peças mais instigantes e nos melhores resultados estéticos e ergonômicos.

CJ – Qual é a importância de participar de um projeto como o C40?
HF –
 A possibilidade de mostrar o resultado do projeto Mobiliário Público/Árvores Urbanas, que pretendo expandir para outros parques e outras cidades.
Divulgação/Hugo França
A poltrona Butuie
Divulgação/Hugo França
Banco Abazipara

Fonte: casa e jardim

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