A equipe de projetos ocupa grandes mesas com estrutura metálica e tampos de MDF em sua modulação original
Galpão ressurge como estúdio de arquitetura
O galpão fabril dos anos 1950 sobreviveu entre novos prédios residenciais na região central de Joinville e teve suas características originais recuperadas para funcionar como sede do escritório de arquitetura Metroquadrado®. Os arquitetos aproveitaram os espaços amplos e o pé-direito elevado para criar um conjunto de linguagem rústica mas com a praticidade e a funcionalidade que uma empresa contemporânea requer.
Construído na década de 1950 para abrigar a marcenaria de uma construtora, o galpão de linguagem industrial é marcado por sistema de iluminação e ventilação em sheds e pé-direito de sete metros nos pontos mais altos.
Ao longo do tempo teve diversas finalidades, e cada novo usuário realizava intervenções que escondiam as características típicas do prédio.
Quando os arquitetos Marcos Deretti Lopes, Luís Eduardo Thiago e Miguel Cañas Martins chegaram para projetar a sede do próprio escritório, o Metroquadrado®, encontraram a fachada e paredes internas com reboco e pintura, cerâmica branca no piso interno e um forro com tecido tensionado ocultando o madeiramento do telhado.
Vista da recepção para a sala de reuniões
Vista da fachada posterior e do acesso de carros aberto na lateral da construção
O galpão dos anos 1950 sobreviveu entre os edifícios residenciais no centro de Joinville
De acordo com Martins, o objetivo do projeto era recuperar os aspectos originais do prédio e adaptar toda a tecnologia necessária ao funcionamento do escritório.
A fachada ganhou o grande recorte em vidro que faz o papel de vitrine para exposições, instalações próprias e de artistas convidados, estabelecendo um canal de comunicação com a cidade.
A remoção do reboco externa e internamente revelou antigos tijolos maciços, parte dos quais foi deixada à vista para reafirmar a identidade do conjunto. A estrutura de madeira do telhado, que havia sido recoberta por pintura branca, foi recuperada, assim como as telhas cerâmicas da cobertura.
Os arquitetos optaram por instalar um forro de madeira pinus envernizada, solução simples e de baixo custo, para encobrir a manta térmica metalizada que protege os interiores contra o excesso de calor nos meses mais quentes.
O revestimento cerâmico foi retirado e o piso ganhou acabamento em cimento queimado, opção que os autores consideram mais compatível com os demais elementos do espaço.
Uma parede foi erguida no sentido longitudinal a fim de reduzir a largura do galpão e abrir lateralmente um acesso para veículos até o pátio dos fundos, área hoje usada como estacionamento para clientes e funcionários.
Na recepção, forro rebaixado em gesso e balcão preto desenhado pelos arquitetos
A vitrine é um espaço de comunicação com a cidade
A iluminação do escritório é indireta e parte de pendentes ou spots fixados à estrutura do telhado
O grande desafio do projeto foi conciliar o programa de necessidades do escritório de arquitetura em um espaço amplamente integrado e transparente, onde praticamente não há divisórias ou barreiras visuais.
Um sistema de vigas metálicas, independente da estrutura de madeira do telhado, atravessa o espaço longitudinalmente e serve de suporte para grandes portas de correr de vidro, que podem ser deslocadas para delimitar algumas salas ou simplesmente isolar o arquivo.
A equipe de 12 arquitetos espalha-se pela área de produção e conta com sala de estar e cozinha gourmet, ambientes também utilizados nas reuniões mais informais com clientes.
O mobiliário foi desenhado pelos arquitetos especialmente para este projeto. São móveis simples de estrutura metálica que fogem dos padrões de mercado e remetem à própria estrutura do galpão.
O diferencial fica por conta de grandes mesas de trabalho que apresentam tampos com placas de MDF em sua modulação original, sem cortes, emendadas uma às outras.
Os sheds promovem farta iluminação natural durante o dia. Já a luz artificial é predominantemente indireta, o que cria uma ambientação noturna agradável.
Devido à altura do espaço, não há luminárias no forro, e sim pendentes e spots fixados diretamente nas peças mais baixas da estrutura de madeira do telhado. Além disso, cada posto de trabalho possui uma luminária de mesa individual.
Texto de Nanci Corbioli
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 387 Maio de 2012
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 387 Maio de 2012
Um sistema de vigas metálicas atravessa o espaço no sentido longitudinal e sustenta grandes portas de correr de vidro
A numeração em paredes, portas ou mesas indica a medida das superfícies e dá noção de espaço aos clientes
A cozinha gourmet também é usada para reuniões informais com a equipe ou clientes
Planta baixa
1. Recepção / 2. Vitrine / 3. Atendimento / 4. Administração / 5. Reuniões / 6. Diretoria / 7. Projetos / 8. Arquivo / 9. Cozinha gourmet
10. Acervo / 11. Depósito / 12. Deque / 13. Estacionamento
1. Recepção / 2. Vitrine / 3. Atendimento / 4. Administração / 5. Reuniões / 6. Diretoria / 7. Projetos / 8. Arquivo / 9. Cozinha gourmet
10. Acervo / 11. Depósito / 12. Deque / 13. Estacionamento
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