Numa das extremidades, a marquise avança sobre a escada, que serve de arquibancada para os jogos de tênis
Um espelho para a boa arquitetura
Projetado pelos arquitetos Fernando Forte, Lourenço Gimenes e Rodrigo Marcondes Ferraz, sócios do estúdio FGMF, o clube do Alphaville Piracicaba pode ser um estímulo para que a arquitetura de qualidade se instale no novo condomínio. Em uma edificação em fita, os autores abrigaram boa parte das funções do programa, encaixando-o em diferentes platôs, de modo a aproveitar a topografia em desnível do lote.
No estágio em que se encontram as construções no Alphaville Piracicaba - ainda são poucas as residências concluídas e em implantação no condomínio-, não é possível delinear o perfil da arquitetura que ali vai prevalecer.
Mas ela bem poderia tomar como exemplo, do ponto de vista da consistência, o conjunto onde estão reunidos os espaços comunitários de lazer, esporte e convivência, projetado por FGMF Arquitetos.
O clube - como o denominam os sócios do escritório - foi o primeiro projeto do estúdio para o empreendedor, mas trabalhos semelhantes para outras unidades da marca estão em curso.
As estruturas de serviços, com espaços para convivência, lazer e esporte, vêm sendo cada vez mais acopladas aos planos diretores desses loteamentos - no caso de Piracicaba, o condomínio fica na avenida Manoel Lopes Alarcon, nas proximidades do parque tecnológico da cidade e vizinho da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.
A estrutura metálica ancora-se no volume mais denso, onde ficam os espaços de apoio e serviços do clube
A transparência prevalece na edificação, mas os painéis de madeira permitem certa privacidade, caso desejada
Edificação em fita, com mais de 50 metros: desenho tem matriz na arquitetura modernista, resolvida com materiais contemporâneos
O programa encomendado ao escritório, conforme relatam os arquitetos Fernando Forte e Lourenço Gimenes, era semelhante ao de outras unidades do condomínio Alphaville, demandando espaços de uso comum para lazer, atividades e práticas esportivas e descanso.
Os autores buscaram criar ambientes agradáveis, porém a solução deveria caracterizar-se por ser funcional e de baixo custo de manutenção, já que o orçamento, observam os arquitetos, é extremamente controlado pelo empreendedor.
O terreno destinado ao conjunto está situado à direita da entrada do loteamento, na divisa com a via pública. Avaliando as condições topográficas, os arquitetos do escritório FGMF concluíram que, devido ao desnível do lote, seria mais adequada a implantação em diferentes platôs, pois dessa maneira eles já organizariam as diversas funções do clube, que foram acomodadas em dois edifícios.
O volume principal é uma extensa fita contínua. Trata-se de uma construção linear com sete metros de largura e 56 metros de comprimento, constituída por uma leve estrutura metálica branca que possui alguns trechos descobertos e uma lateral com diferentes possibilidades de fechamento.
Painéis de madeira (do tipo muxarabis) deslocam-se por ela, alternando a percepção espacial interna (ora mais reservada, ora mais transparente) e dinamizando a relação interior/exterior.
Vista geral do conjunto
Cobertura em pérgola na área do salão
O forro em ripado de madeira faz contraponto à estrutura metálica branca
De um lado, a fita ancora-se nos blocos opacos dos espaços de apoio e, do outro, abre-se generosamente para as piscinas.
Numa das extremidades da fita, mas numa cota mais baixa, fica a quadra de tênis - o final da marquise protege parte da escadaria que serve como arquibancada para os jogos. No outro lado, está o acesso.
O segundo prédio, ao lado da portaria de acesso também desenhada pelo escritório, abriga a associação de moradores e áreas de apoio para segurança, triagem de funcionários e refeitório.
Item importante na composição arquitetônica é o forro formado por um ripado de madeira, que faz contraponto à estrutura branca.
Nas frestas desse forro foram inseridas mangueiras de led como fonte da iluminação geral. “A disposição randômica delas cria o panorama do clube durante a noite, valorizando o forro de madeira e provendo o local de luz de forma bastante barata”, avalia Forte.
Texto de Adilson Melendez
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 388 Junho de 2012
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 388 Junho de 2012
A disposição dos painéis cria diferentes configurações de fachada
Uma linha de oito pilares metálicos sustenta a marquise/varanda
A portaria do condomínio também foi projetada pelos arquitetos
Detalhes dos fechamentos que deslizam em trilhos dispostos no teto e chão
Nas frestas do forro estão as fitas de led
Fonte: Arco Web
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