sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Com muita criatividade bom gosto, você pode redecorar sua casa e ela ficar divina...


Na sala de estar, sofá estilo anos 1950 com patchwork de Ana Morelli, executado pela tapeceira Lilian Capotorto. À esquerda do bufê, fabricado pela Magal Marcenaria, o abajur de madeira torneada é herança de família. Na parede, obra de Celso Orsini. Sobre a mesa de centro, vasos de Murano, da Teo. Poltronas com assento de couro, da Fernando Jaeger
Muitas são as maneiras de contar uma história. A dessa residência, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, começa pela parte mais emocionante: três meses depois de comprá-la, a designer Ana Morelli se arrependeu. A culpa não foi do imóvel. Mas da vida e suas reviravoltas. Casada, mãe do Martim, um bebê de 1 ano e meio, mal havia acabado de pagar as primeiras parcelas e teve de deixar a agência publicitária da qual era sócia. Em seguida, Ana engravidou de Sofia, a caçula, separou-se do marido e, vida do avesso por vida do avesso, resolveu mudar de profissão: fez um curso de patchwork e decidiu trabalhar com isso. Em meio ao caos, a decoração do ambiente foi montada às pressas. “Mandei fazer armários baratos, enfiei os móveis que eu já tinha, improvisei”, diz Ana. Colecionadora de relíquias de sua família – louças, cristais e afins da vovó – ela já estava acostumada a ver suas pérolas guardadas em caixas ou misturadas aos brinquedos das crianças. Hoje, seis anos depois, Ana Morelli é dona de sua marca e conseguiu arrumar a casa.

Acionar a designer de interiores Maristela Gorayeb não foi um capricho, mas uma questão – exagerando um bocado – de sanidade mental. “Conviver com armário que não fecha direito é um inferno”, conta a moradora. A transformação proposta pela profissional não envolveu obra nem quebradeira. Bastou um bom projeto de marcenaria. “Fiz um levantamento de todos os objetos da Ana e projetei os armários para fazê-los caber”, diz Maristela. Papéis, CDs e DVDs que antes tumultuavam a sala agora ficam escondidos no móvel sob a TV. Ao redor do sofá há nichos para bibêlos e uma estreita bancada de trabalho. Executados sob medida, os móveis nos tamanhos adequados e com funções certas mudaram a dinâmica da casa. A mesa de jantar continua generosa, porém com respiro entre as cadeiras e a parede. Nos quartos das crianças, brinquedos e material escolar têm lugar certo. A suíte da designer sintetiza mais soluções. Desenhada por Maristela, a cama tem uma base central em vez de pés nas extremidades, o que facilita a circulação. Reaproveitar na medida do possível os móveis já existentes foi outra preocupação da profissional. Os pés da mesa de jantar e do aparador vieram de uma antiga mesa mineira. Esta, por sua vez, cedeu parte do tampo à nova mesa de centro – retangular e baixa, onde as crianças podem brincar. No estar, o sofá estilo anos 1950 foi pinçado de uma loja de segunda mão e revestido de patchwork. “Pensei na marcenaria neutra para ressaltar as peças coloridas da Ana”, diz Maristela. Para Ana, teria sido impossível organizar tanta informação não fosse um olhar isento. E pensar que seu trabalho de coordenar tecidos, desenhos e estampas passa por isso. “Casa de ferreiro, espeto de pau”, conclui a designer.


Na sala, Ana Morelli e a filha Sofia. Banco ripado,
design de Maristela Gorayeb, e espelho francês, comprado
em antiquário

Na varanda, banco com almofadas, criações da moradora.
Pufe revestido de tecido da linha Cascais, lançamento
de Ana Morelli para áreas internas e externas. Chapéus
vietnamitas pintados de branco, da Katmandu, enfeitam a parede


A sala de jantar tem mesa, 1,90 x 0,85 m, com aparador
acoplado, 0,45 x 2,21 m, ambos com pés reaproveitados de
uma mesa rústica mineira. Na parede, o efeito dos vários
espelhos agrupados. Os lustres de cristal, os bules com
flores e as xícaras são relíquias de família

Vista do estar para a sala de TV, que tem prateleiras e
móvel de apoio para CDs, DVDs e papéis. Nas costas do sofá,
bancada de trabalho projetada por Maristela Gorayeb e
banco Or, de Ana Morelli

No detalhe, lembranças de viagens ao México (espelho) e Suécia (cavalo de madeira) . Mesa de centro, 0,50 x 2,14 m, feita com o tampo da antiga mesa de jantar. Caixas decorativas, da Katmandu. Ao lado, os nichos laterais do sofá, com escultura, vaso e bowl, da Teo. A cadeirinha infantil pertenceu à moradora quando criança

A moradora Ana Morelli, à frente do abajur de Murano com cúpula plissada, da Teo. Detalhes da suíte: nicho espelhado no guarda-roupa. Placa metálica para ímas na parede do corredor. Passadeira, da Katmandu

Desenhada pela designer de interiores Maristela Gorayeb, a cama com pé central facilita a circulação. Tapete, da By Kamy. Cabeceira estofada de chenile, executada por Lilian Capotorto. Colcha de patchwork, da By Kamy, com mantas, da Empório Beraldin. Na parede, fotografias, de Valentino Fialdini à venda na Coisas da Doris. Ao lado,quadro, da Coisas da Doris

No quarto de Sofia, colcha com estampa da linha Évora,
lançamento de Ana Morelli.

Detalhe da bancada e dos nichos para livros

No quarto de Martim, o painel de ipê de demolição em toda a parede, feito pela Magal Marcenaria, substitui a cabeceira. Colcha e almofadas, da Empório Beraldin. Na escrivaninha, gaveteiro vermelho, da Hits. Tapete, da By Kamy


Fonte: Casa e Jardim

Fonte: Casa e Jardim

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