segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Adoção,além dos laços físicos




ONG Pontes de Amor interage com a Vara da Infância e Juventude, os Conselhos de Direito da Criança e do Adolescente, a Ordem dos Advogados do Brasil e com instituições para promover e agilizar a adoção legal em Uberlândia


Adotar não é apenas um ato de amor ou coragem. Adotar é superar preconceitos, vencer barreiras e mudar mentalidades. Adotar é ter uma nova percepção do mundo, nos deixando ser adotados por crianças e adolescentes que precisam de um lar. A definição da palavra adoção, feita pela advogada Marta Marília Tonin, reflete a filosofia da ONG mineira Pontes de Amor, criada em 21 de junho deste ano para ajudar a realizar sonhos de homens e mulheres que querem viver a paternidade e a maternidade. Estima-se que, no Brasil, mais de 278 mil casais em idade fértil tenham dificuldade para conceber um filho. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e sociedades científicas, entre 8% e 15% dos casais têm algum problema de infertilidade.
Foi assim com o coordenador regional da FGR Uberlândia, Rogério Moreira e sua esposa, Cristiane Rodrigues. Sem poder ter filhos e com o sonho de constituir uma família, o casal adotou uma recém-nascida há pouco mais de seis anos. Mais tarde, aumentaram a prole adotando um menino com 18 meses. O mais difícil na adoção, segundo eles, foi a falta de orientação durante todo o processo. “Passamos por momentos angustiantes na pré-adoção, adaptação e também na pós-adoção. Não tivemos apoio psicológico e não sabíamos a quem recorrer”, revelaram.
Por esse motivo, o casal aderiu ao projeto da ONG Pontes de Amor, idealizada pela pastora Sara Vargas Rangel e Pereira e pelo advogado Rodrigo Rangel e Pereira. O objetivo da ONG é atender uma demanda regional de amparo a crianças e adolescentes órfãos e/ou abrigados e também para as famílias adotantes, além de promover discussões sobre temas como a adoção tardia, multirracial, de irmãos e de portadores de doenças físicas ou mentais. Com o apoio de 30 voluntários, a ONG oferece suporte no pré, durante e pós-adoção, faz o acompanhamento a mães que entregam seus filhos para adoção, promove redes de relacionamentos e compartilha informações e experiências relativas ao processo.
Segundo Sara e Rodrigo, a concepção do projeto começou há oito anos, quando perceberam a importância de se ter apoio durante o processo adotivo. “Temos quatro filhos, sendo três adotados. Optamos pela adoção tardia (de crianças com mais de três anos), e em um dos casos enfrentamos um processo jurídico extremamente longo. Foi assim que nos despertamos para a necessidade de auxiliar todos que pretendem ter filhos adotivos”, relataram.
O Promotor de Justiça de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Comarca de Uberlândia, Epaminondas da Costa, afirma que 47 crianças e adolescentes estão na lista de adoção do município, 38 delas com mais de seis anos de idade. As famílias interessadas somam mais de 100, mas, segundo o promotor, a maioria opta por crianças com pouca idade, dificultando a adoção. Além disso, muitos são grupos de irmãos e não podem ser separados. O promotor também frisa que a família interessada em adotar uma criança “deve exercer a paternidade e a maternidade com responsabilidade, porque filho não se devolve nunca.” 



Serviço
ONG Pontes do Amor
Rua dos Pereiras, n º 67, Bairro Aparecida,
Uberlândia (MG)
Funcionamento: das 8h às 17h30m
Reuniões: 1ª em 25/10 às 20h. Demais sempre às segundas e quintas-feiras de cada semana.
Mais informações: (34) 3235-0218
pontesdeamor.blogspot.com.br


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