quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Os animais de estimação ajudam a revitalizar o dia a dia com sua dose espontânea de antiestresse e fazem bem à saúde..


Texto Carol Scolforo
Uma casa iluminada, com uma decoração afetiva, quintal gostoso e plantas prazerosamente cultivadas já tem muitos ingredientes para ser um lar feliz. No entanto, basta somar um elemento e essa receita ganha ainda mais energia e vitalidade. Está comprovado cientificamente: ter um bicho em casa contribui – e muito – para uma rotina antiestresse, cheia de qualidade de vida.

Não é à toa que o Brasil tem hoje 32 milhões de cães e 16 milhões de gatos, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação, a Anfal Pet – isso, sem contar outros bichos. São números que não param de se multiplicar, assim como as histórias que você já deve ter ouvido sobre essa relação de amor incondicional: animais amam seus donos sem julgar seus defeitos – e é por isso que muita gente anda se rendendo a tantos miados e latidos.


Esse é apenas um dos pretextos básicos para ser seduzido por um deles.No mínimo, ter um pet eleva a autoestima humana e transmite segurança a quem está por perto.A explicação é biológica: envolver-se coma natureza traz essa sensação de estabilidade.“Esse contato nos revitaliza física e emocionalmente”, frisa a psicóloga paulista Denise Gimenez Ramos, coautora do livro Os animais e a psique.

Fato é que, se você mora em uma casa, então, tem ainda mais motivos para adotar um bichinho.“Com certeza, um animal estará mais feliz em contato coma natureza, em um quintal, por exemplo, fora de um lugar fechado como o apartamento”, aponta Denise Gimenez. Afinal,a natureza também traz conforto biológico a eles, é seu hábitat primitivo.E assim, a relação entre humanos e animais não causa distúrbios aos dois.“É comum pessoas humanizarem bichos, o que faz mal a ambos”, afirma a especialista. Por isso, é preciso limitar um espaço para o animal descansar, que não seja fora de casa, mas que também não seja no quarto dos donos, por exemplo.


Territórios estabelecidos, é a vez de preparar a casa para recebê-los, observando detalhes importantes. Plantas tóxicas, como espirradeira ou comigo-ninguém-pode, devem ser evitadas no jardim. Já dentro de casa, manter a lixeira e materiais de limpeza longe dos animais é outro conselho da veterinária mestre e doutora em psicologia animal Hannelore Fuchs, de São Paulo, também especialista em comportamento humano.“Animais pequenos gostam de cordas, então, é importante mantê-los distantes da fiação elétrica”, orienta. Na decoração, ela ainda indica retirar objetos quebráveis e controles remotos, para ninguém se decepcionar depois.

Além disso, é preciso educá-los para não roer móveis nem destruir a casa na ausência dos donos. Investir tempo e afeto na relação também ajuda a evitar distúrbios de comportamento.“ Animais precisam de companhia, assim como todos os seres vivos, para serem felizes”, lembra a veterinária paulista Irvênia Prada, professora de neuranatomia da Faculdade de Medicina Veterinária da USP e autora do livro A alma dos animais.
Cinco motivos para adotar um animal 
Foto: Shutterstock
1. Não apenas cães e gatos provocam sensações positivas. Observar um peixe em um aquário pode ter efeitos semelhantes aos da hipnose, reduzindo a ansiedade em pacientes à espera de uma cirurgia, por exemplo. E melhor: aquários são obras vivas de decoração.

2. Tanto para adultos quanto para crianças, interagir com animais diminui a pressão arterial. “Essa relação acalma e também mobiliza a sair da inércia”, diz a psicóloga Denise Gimenez Ramos. Um estudo publicado no British Journal da Royal Society of Medicine sustenta que quem tem um bicho em casa reclama menos de pequenos problemas de saúde, por isso, é mais feliz.

3. Animais em geral também são bons aliados de adultos e crianças mais inibidos. “Para idosos, podem até ajudá-los a sair da depressão”, afirma Denise Gimenez Ramos. Com o peso desse argumento, recentemente, nos Estados Unidos, cães passaram a ser adotados em visitas hospitalares, com resultados visíveis na recuperação de pacientes.

4. Para a ciência, animais se integram tão facilmente em nossa vida porque possuem estruturas anatômicas idênticas às nossas. “Eles têm sensações, são inteligentes, têm memória e uma profunda sensibilidade de convívio com outras espécies e como ser humano”, analisa a médica veterinária Irvênia Prada.

5. Uma tese um pouco mais audaciosa sustenta até uma certa telepatia entre homens e animais. “O biólogo inglês Rupert Sheldrake, autor de Cães sabem quando seus donos estão chegando, diz que os cachorros se comunicam telepaticamente com os cuidadores humanos”, cita Irvênia Prada. Basta olhar fundo nos olhos deles para sentir essa interação mágica. 

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