Imóveis de 40, 50 anos ou ainda mais velhos podem se adequar muito bem à vida moderna. Basta fazer algumas adaptações. Normalmente é preciso trocar revestimentos e refazer as partes hidráulica e elétrica. Mas, em geral, vale a apena encarar a reforma, já que as metragens costumam ser maiores do que os microapartamentos atuais. Veja cinco casos em que as mudanças foram um ótimo investimento e planeje sua obra
Mudanças de efeito
Nesta época de apartamentos novos e prontos para morar, dentro de condomínios com estupendas áreas de lazer, o que leva alguém a se interessar por um imóvel antigo, praticamente caindo aos pedaços, em um prédio sem luxos? Sobre esta pergunta refletiram a advogada Iara Ferfoglia e seu marido, o professor Rodrigo Vilardi, diante da oportunidade de comprar o primeiro apartamento. O candidato – um bom candidato – dispunha de 180 m², em prédio dos anos 1960. Os contrapontos, porém, não eram poucos. Dois deles: a distribuição da planta, com quartos grandes demais e cozinha isolada da área social, e os acabamentos, que estavam envelhecidos. Com o projeto de reforma da arquiteta Julliana Camargo, sócia de Marcela Madureira, o casal enxergou o potencial do lugar para se tornar perfeito. Entre as mudanças sugeridas por Julliana, nenhuma foi tão desafiadora como a de aumentar o banheiro da suíte, agregando a ele a área onde ficava o banheiro social. Também sofreram transformações de grande efeito um dos três quartos, onde uma parede foi construída para dividi-lo em dois cômodos. “Achei mais aconchegante preparar dois quartos menores do que manter apenas um enorme”, diz a proprietária. Na cozinha, a porta mudou de lugar. Com isso, o ambiente pode ser integrado à sala por meio do grande painel de correr. A ausência de varanda gourmet foi compensada com a incorporação do terraço ao living, onde agora há um balanço e vasos.
Nesta época de apartamentos novos e prontos para morar, dentro de condomínios com estupendas áreas de lazer, o que leva alguém a se interessar por um imóvel antigo, praticamente caindo aos pedaços, em um prédio sem luxos? Sobre esta pergunta refletiram a advogada Iara Ferfoglia e seu marido, o professor Rodrigo Vilardi, diante da oportunidade de comprar o primeiro apartamento. O candidato – um bom candidato – dispunha de 180 m², em prédio dos anos 1960. Os contrapontos, porém, não eram poucos. Dois deles: a distribuição da planta, com quartos grandes demais e cozinha isolada da área social, e os acabamentos, que estavam envelhecidos. Com o projeto de reforma da arquiteta Julliana Camargo, sócia de Marcela Madureira, o casal enxergou o potencial do lugar para se tornar perfeito. Entre as mudanças sugeridas por Julliana, nenhuma foi tão desafiadora como a de aumentar o banheiro da suíte, agregando a ele a área onde ficava o banheiro social. Também sofreram transformações de grande efeito um dos três quartos, onde uma parede foi construída para dividi-lo em dois cômodos. “Achei mais aconchegante preparar dois quartos menores do que manter apenas um enorme”, diz a proprietária. Na cozinha, a porta mudou de lugar. Com isso, o ambiente pode ser integrado à sala por meio do grande painel de correr. A ausência de varanda gourmet foi compensada com a incorporação do terraço ao living, onde agora há um balanço e vasos.
Espírito renovado
Quando estava quase fechando negócio com um loft, o empresário Chico Paese visitou o apê de 240 m². “Era bem maior do que aquilo que eu procurava, mas fiquei encantado com a vista. Olhar as árvores quase na mesma altura dos janelões foi um dos fatores determinantes. Eu sempre morei em casas e tenho essa mesma sensação aqui”, afirma o empresário. “Ainda foi, financeiramente, uma boa compra, porque o apartamento era antigo e estava mal cuidado.” O imóvel, construído há 40 anos e que mantinha a planta original, foi reformado pelos arquitetos Marco Donini e Francisco Zelesnikar, do escritório Arqdonini. “Trocamos as tábuas largas de ipê por um piso de perobinha e derrubamos duas paredes: uma no hall e outra que separava a sala de jantar da cozinha”, conta Marco. Ao demolir esta última, restou uma coluna estrutural. O “incômodo” foi aproveitado para criar uma mesa de apoio à cozinha, que o morador usa como bar quando recebe os amigos. Os arquitetos também refizeram as instalações hidráulica e elétrica. “Antes de iniciar a obra nos banheiros, nós tiramos as pedras de mármore que revestiam o piso e as paredes. Elas passaram por um restauro e puderam ser reutilizadas”, completa Marco
Quando estava quase fechando negócio com um loft, o empresário Chico Paese visitou o apê de 240 m². “Era bem maior do que aquilo que eu procurava, mas fiquei encantado com a vista. Olhar as árvores quase na mesma altura dos janelões foi um dos fatores determinantes. Eu sempre morei em casas e tenho essa mesma sensação aqui”, afirma o empresário. “Ainda foi, financeiramente, uma boa compra, porque o apartamento era antigo e estava mal cuidado.” O imóvel, construído há 40 anos e que mantinha a planta original, foi reformado pelos arquitetos Marco Donini e Francisco Zelesnikar, do escritório Arqdonini. “Trocamos as tábuas largas de ipê por um piso de perobinha e derrubamos duas paredes: uma no hall e outra que separava a sala de jantar da cozinha”, conta Marco. Ao demolir esta última, restou uma coluna estrutural. O “incômodo” foi aproveitado para criar uma mesa de apoio à cozinha, que o morador usa como bar quando recebe os amigos. Os arquitetos também refizeram as instalações hidráulica e elétrica. “Antes de iniciar a obra nos banheiros, nós tiramos as pedras de mármore que revestiam o piso e as paredes. Elas passaram por um restauro e puderam ser reutilizadas”, completa Marco
Tudo pela luz
Era uma casa escura e úmida, com cômodos estreitos. Mas a paixão pela arquitetura modernista falou mais alto. Os traços do projeto original de 1976, do arquiteto Arnaldo Martino, encantaram a arquiteta santista Flavia Petrossi. “Convenci meu marido, que é médico, a comprá-la, em 2008, após mostrar as mudanças que eu faria na reforma”, diz. Sem alterar o estilo da casa de 325 m² – distribuídos em três níveis intercalados no terreno em aclive –, no bairro Cidade Jardim, em São Paulo, ela abriu grandes janelas para entrar mais luz natural nos interiores. Outra solução encontrada por Flavia para clarear a casa foi trocar o piso escuro de lajotas, um hit da época, pelo porcelanato branco no térreo, do hall de entrada à cozinha, que dobrou de tamanho com a eliminação da copa. A arquiteta aproveitou melhor uma área onde ficava uma escada de serviço. “Não faz sentido nos dias de hoje”, afirma. No espaço, ela criou uma adega climatizada. A varanda passou a ser totalmente integrada ao living por três grandes painéis de vidro. Para ampliar seu quarto, ela acrescentou a área do escritório e mudou a porta para o outro lado. “Agora a casa respira.”
Era uma casa escura e úmida, com cômodos estreitos. Mas a paixão pela arquitetura modernista falou mais alto. Os traços do projeto original de 1976, do arquiteto Arnaldo Martino, encantaram a arquiteta santista Flavia Petrossi. “Convenci meu marido, que é médico, a comprá-la, em 2008, após mostrar as mudanças que eu faria na reforma”, diz. Sem alterar o estilo da casa de 325 m² – distribuídos em três níveis intercalados no terreno em aclive –, no bairro Cidade Jardim, em São Paulo, ela abriu grandes janelas para entrar mais luz natural nos interiores. Outra solução encontrada por Flavia para clarear a casa foi trocar o piso escuro de lajotas, um hit da época, pelo porcelanato branco no térreo, do hall de entrada à cozinha, que dobrou de tamanho com a eliminação da copa. A arquiteta aproveitou melhor uma área onde ficava uma escada de serviço. “Não faz sentido nos dias de hoje”, afirma. No espaço, ela criou uma adega climatizada. A varanda passou a ser totalmente integrada ao living por três grandes painéis de vidro. Para ampliar seu quarto, ela acrescentou a área do escritório e mudou a porta para o outro lado. “Agora a casa respira.”
Integração com o jardim
Logo ao entrar no sobrado de 340 m² em Pinheiros, em São Paulo, a sensação é de estar em um grande gazebo. Não por acaso. Os arquitetosTito e Chantal Ficarelli, do escritório Arkitito, criaram uma caixa de vidro que avança 80 centímetros no jardim lateral para aumentar a largura do living. “Se fosse ampliá-lo com alvenaria, teríamos de demolir tudo”, diz Chantal. Na reforma, que adaptou a construção dos anos 1960 para um jovem casal, os profissionais preferiram fazer mudanças estratégicas. “Integramos a maioria dos cômodos, que eram apertados e tortos, com paredes em diagonal”, afirma ela. “Ficou amplo e iluminado”, diz Tito. Com o alargamento do living, eles puderam instalar uma escada maior, para o pavimento superior, com estrutura metálica que entra na caixa de vidro. “A antiga tinha degraus curtos por falta de espaço”, conta Chantal. Nos fundos do sobrado, eles demoliram um puxadinho onde ficavam o lavabo, a lavanderia e o quarto de empregada. Construíram, no lugar, um volume na altura da casa, com um quarto em cima. No térreo, colocaram a sala de jantar aberta de um lado para a cozinha e, do outro, para o jardim, com portas de vidro deslizantes.
Logo ao entrar no sobrado de 340 m² em Pinheiros, em São Paulo, a sensação é de estar em um grande gazebo. Não por acaso. Os arquitetosTito e Chantal Ficarelli, do escritório Arkitito, criaram uma caixa de vidro que avança 80 centímetros no jardim lateral para aumentar a largura do living. “Se fosse ampliá-lo com alvenaria, teríamos de demolir tudo”, diz Chantal. Na reforma, que adaptou a construção dos anos 1960 para um jovem casal, os profissionais preferiram fazer mudanças estratégicas. “Integramos a maioria dos cômodos, que eram apertados e tortos, com paredes em diagonal”, afirma ela. “Ficou amplo e iluminado”, diz Tito. Com o alargamento do living, eles puderam instalar uma escada maior, para o pavimento superior, com estrutura metálica que entra na caixa de vidro. “A antiga tinha degraus curtos por falta de espaço”, conta Chantal. Nos fundos do sobrado, eles demoliram um puxadinho onde ficavam o lavabo, a lavanderia e o quarto de empregada. Construíram, no lugar, um volume na altura da casa, com um quarto em cima. No térreo, colocaram a sala de jantar aberta de um lado para a cozinha e, do outro, para o jardim, com portas de vidro deslizantes.
Três, dois, um...
Para o pequeno Bruno Poppa, o apartamento de 120 m², em um prédio de 1976, no bairro de Perdizes, em São Paulo, parecia até espaçoso, com três dormitórios, na época em que era criança e vivia ali com os pais. Mais tarde, quando sua irmã se casou, ela transformou um quarto em closet para morar lá com o marido e a filha. Hoje é ele, um advogado de 30 anos, quem ocupa a área. Mas, antes de se mudar, tornou-a ampla de verdade e adequada para a sua vida de solteiro. Na hora de realizar as alterações, chamou oSuperlimão Studio. Como adora festas, ele pediu a sala grande. Para aumentá-la, além de abrir a cozinha e eliminar um quarto, o Superlimão modernizou as instalações. Com marcenaria, criou elementos que integram os ambientes – e, se necessário, os isolam –, ajudam a organizá-los e embutem a iluminação, que é controlada por sistema de automação. Os novos fios passam por tubos de aço polido, de uso industrial, que ficaram aparentes. “Se fôssemos escondê-los na parede, teríamos que desviar de vigas. Então, assumimos essa linguagem em todos os lugares”, explica o arquiteto Thiago Rodrigues, sócio do Superlimão. Entre a suíte e a sala, os arquitetos encontraram um pilar e, para disfarçá-lo, instalaram painéis de madeira. Se Bruno quiser preservar sua intimidade, é só fechar o quarto puxando-os para a lateral. Eles escondem-se entre dois armários que formam volume único na esquina com a sala. “Isso passa a sensação de que os ambientes não são distintos”, afirma Thiago.
Para o pequeno Bruno Poppa, o apartamento de 120 m², em um prédio de 1976, no bairro de Perdizes, em São Paulo, parecia até espaçoso, com três dormitórios, na época em que era criança e vivia ali com os pais. Mais tarde, quando sua irmã se casou, ela transformou um quarto em closet para morar lá com o marido e a filha. Hoje é ele, um advogado de 30 anos, quem ocupa a área. Mas, antes de se mudar, tornou-a ampla de verdade e adequada para a sua vida de solteiro. Na hora de realizar as alterações, chamou oSuperlimão Studio. Como adora festas, ele pediu a sala grande. Para aumentá-la, além de abrir a cozinha e eliminar um quarto, o Superlimão modernizou as instalações. Com marcenaria, criou elementos que integram os ambientes – e, se necessário, os isolam –, ajudam a organizá-los e embutem a iluminação, que é controlada por sistema de automação. Os novos fios passam por tubos de aço polido, de uso industrial, que ficaram aparentes. “Se fôssemos escondê-los na parede, teríamos que desviar de vigas. Então, assumimos essa linguagem em todos os lugares”, explica o arquiteto Thiago Rodrigues, sócio do Superlimão. Entre a suíte e a sala, os arquitetos encontraram um pilar e, para disfarçá-lo, instalaram painéis de madeira. Se Bruno quiser preservar sua intimidade, é só fechar o quarto puxando-os para a lateral. Eles escondem-se entre dois armários que formam volume único na esquina com a sala. “Isso passa a sensação de que os ambientes não são distintos”, afirma Thiago.
Nenhum comentário:
Postar um comentário