Uma sequência de flamboyants avisa, ao longe, a localização deste jardim, em um condomínio residencial de Cotia, município paulista. A árvore de crescimento rápido e copa frondosa foi escolhida pelo paisagista Leo Laniado para pontuar os 3 mil m² de gramado com sombra e cor. “Suas flores surgem uma vez por ano, entre os meses de novembro e dezembro, e são muito atrativas”, diz Leo. O volume único da série de flamboyants foi suavizado pelas esguias palmeiras imperiais, plantadas em alternância. Segundo o paisagista, as palmeiras – por serem mais altas e menos cheias – dão equilíbrio e simetria ao jardim.
Embora tenha sido planejado em conjunto à construção da casa, o jardim cresceu durante a obra com a compra do lote vizinho. “O projeto paisagístico amenizou o deslocamento da casa em relação ao lote”, diz Leo. Para evitar o surgimento de ambientes isolados, o paisagista seguiu a linguagem arquitetônica da casa, assinada pelo arquiteto Luiz Eduardo Indio da Costa, e criou uma grande pérgola de 20 m de comprimento do outro lado do terreno.
A pérgola com 20 m de extensão é o local ideal para montar almoços ao ar livre sobre a mesa de madeira maciça, design de Hugo França. Nas laterais do pergolado, alguns conjuntos de moreia. Em vez de grama, que precisa de luz natural, a área coberta por vegetação ganhou pedriscos (Foto: Casa e Jardim)
A estrutura de madeira vazada do pergolado foi totalmente coberta pelas trepadeiras congeia e sete-léguas. Os cachos rosados da primeira despontam no final do inverno, enquanto a outra passa o ano todo florida. “Procurei espécies de flores que proporcionassem cheiro e cor ao jardim durante o ano inteiro”, conta o paisagista. A profusão de flores inclui os lilases agapantos, as amareladas moreias, as arroxeadas magnólias, além do vermelho-sangue dos flamboyants.
O desnível entre os dois terrenos foi suavemente resolvido com degraus profundos, cobertos por grama. “A ideia era fazer um caminho mais natural até chegar à pérgola, sem uma escada formal”, diz Leo.
Não por acaso, o paisagista desenhou um jardim com aspecto de bosque: “Usei elementos ordenados e outros que tirassem a ordem e dessem espontaneidade, com a intenção de despertar o interesse dos visitantes”, acrescenta. Com tanto gramado à disposição, é de se esperar que as pessoas passeiem pelos quatro cantos do jardim e dispensem ali algumas horas, tal como em uma mata – ou uma galeria.
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