sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Não deixe de fazer exercícios físicos na gravidez, mas faça com moderação

Toda grávida sempre ouve esta recomendação: “Não deixe de fazer atividades físicas durante a gestação”. Mas você sabe por quê? Além de manter a resistência muscular, é um hábito saudável que diminui a retenção de líquidos e inchaços, evita o ganho de peso, assim como melhora as condições cardiovasculares e cardiorrespiratórias. Por liberar endorfina (que ajuda a combater o estresse, a ansiedade e a insônia), a “malhação” ainda aumenta a sensação de bem-estar e reduz o risco de depressão pós-parto.
 
Kaline Neri, responsável pelo Programa Gestante da academia Companhia Athletica, em São Paulo, destaca também outros benefícios: diminuição de dores lombares, melhoria da postura, aumento da resistência óssea e auxílio na prevenção de varizes e diabetes gestacional.
 
Trimestre a trimestre
 
A gravidez é um momento especial para o corpo da mulher, que sofre mudanças, mas é preciso ir com calma em relação aos exercícios. A boa notícia é que a atividade física pode ser feita ao longo de todas as semanas de gestação, salvo os casos contraindicados pelo médico (veja lista de exceções no final da matéria).
 
A hidroginástica é um exercício físico muito recomendado para as gestantes.Por isso, com a ajuda da Kaline, o Portal Vital selecionou diferentes dicas para cada trimestre:
 
  • 1º trimestre: Como a maioria das mulheres sente o incômodo dos enjoos e até dos vômitos, o ideal nessa fase é fazer exercícios duas vezes por semana.
  • 2º trimestre: Durante esses três meses, a frequência das atividades pode aumentar, porque a mãe costuma estar mais disposta – algumas chegam até a se exercitarem diariamente.
  • 3º trimestre: Na última etapa da gravidez, falta disposição por causa do cansaço e do tamanho da barriga. Assim, a sugestão é diminuir o ritmo. Os exercícios podem ser realizados duas vezes por semana.
 
Grávida, sim; sedentária, não!
 
Anderson Almeida Nascimento, ginecologista do Hospital Santo Antônio, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, revela que uma das primeiras perguntas que faz às suas pacientes é se já praticavam algum tipo de exercício antes de engravidar.
 
Se a futura mamãe já fazia atividades físicas, pode continuar, mas deve diminuir a intensidade dos exercícios.“É importante ter alguns cuidados para iniciar a atividade física. Se a paciente já fazia exercícios, pode continuar, mas precisa diminuir a intensidade. Quem não tem uma rotina deve optar por modalidades de baixo impacto”, diz.
 
No caso das mulheres que já praticavam corridas curtas, por exemplo, não é preciso mudar o ritmo de forma brusca, desde que não perceba algum desconforto durante a atividade.
 
Ele recomenda exercícios aeróbicos, como ginástica, caminhadas leves, bicicleta ergométrica, natação e hidroginástica. “Elas também podem optar pela musculação, mas com menor carga de peso e mais movimentos de repetição”, complementa o médico.
 
Kaline também explica que manter a força muscular é uma forma de se preparar para a chegada do bebê. Se a mulher já praticava ioga e pilates, por exemplo, pode continuar; porém, é fundamental ter o acompanhamento e a orientação de pessoas habilitadas para trabalhar com as futuras mamães.
 
Mesmo com todas essas dicas, é sempre bom lembrar: nada de fazer exercícios sem uma avaliação médica! ;-)
 
Sinais de alerta
 
“O que vai determinar o limite da atividade física é o bem-estar da paciente”, resume Anderson. Não existe proibição; porém, especialistas desaconselham as práticas de alto impacto (corridas de longa distância, vôlei, tênis etc.), de contato corpo a corpo e que possam resultar em quedas. Antes de iniciar a prática de atividades físicas, é importante agendar uma avaliação com um médico. Só ele poderá indicar quais são os exercícios adequados para você.
 
Mas, independentemente da modalidade de baixo impacto escolhida, a frequência cardíaca elevada é um sinal de alerta. E o ginecologista faz outra advertência: “Nos primeiros meses, o aumento da temperatura do corpo pode causar a má-formação do feto”. Por isso, é importante reduzir o ritmo caso perceba muita vermelhidão no rosto, suor excessivo ou algum outro tipo de mal-estar. 
 
Atenção redobrada
 
Há situações em que o cuidado deve ser redobrado. Anderson lista a seguir alguns exemplos que podem até impedir a gestante de se exercitar.  
 
  • Mulheres que já têm doenças que podem originar outras, como hipertensão, precisam de um acompanhamento mais intenso porque podem sofrer uma elevação da pressão.
  • Se for diagnosticada uma ameaça de aborto no início da gravidez, só o médico poderá liberar a prática de algum exercício ou esporte.
  • Sangramentos uterinos no início da gestação também são um alerta.
  • A hipertensão adquirida na gravidez é outro motivo de acompanhamento mais detalhado.
  • Placentas de inserção baixa (a chamada placenta prévia), por ficarem em contato com o colo do útero, podem causar sangramentos com facilidade e, assim, impedirem uma rotina esportiva. Se isso ocorrer, o ideal é consultar o seu obstetra.
  • Só o médico pode dar a autorização para os exercícios corretos, inclusive em casos de gestações múltiplas. 
  • O crescimento fetal restrito (quando o bebê não cresce normalmente), é um problema que pode se agravar com a atividade física sem acompanhamento médico. 

Fonte: Vital

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