Quem nunca foi ao shopping ou a uma loja para se curar de uma mágoa? Ou aproveitou uma liquidação para comprar dez itens de uma só vez? Atitudes como essas podem levar muitas pessoas – inclusive crianças – ao consumismo ou, em casos mais graves, à compulsão pelas compras.
De acordo com Marcia Luz, psicóloga, escritora e palestrante da Plenitude Soluções Empresariais, a maior parte dessas situações está relacionada às mulheres.
“Alguns vícios começam na infância, quando nos acostumamos com a ideia de receber algo de nossos pais sempre que há um descompasso emocional, como a compensação de uma tristeza. Esse é um fenômeno muito parecido com o de quem come ou bebe compulsivamente”, explica a especialista.
André Massaro, consultor, escritor, educador financeiro e criador do blog Você e o Dinheiro, do Portal Exame, ressalta que o consumo impulsivo também está ligado a costumes que desenvolvemos; por isso, devemos nos reeducar para ter controle sobre eles. “É importante incorporar novos hábitos de defesa e trabalhar em uma curva de aprendizado para não ‘escorregar’ e fazer compras desnecessárias”, aponta.
Como evitar?
Confira a seguir dicas valiosas dos especialistas que podem fazer a diferença para não exagerar nas compras:
- O primeiro e mais importante passo é ter consciência da dificuldade de se controlar. “Assuma esse problema e peça a ajuda da família, dos amigos ou de um médico”, diz Marcia.
- Fique atenta às armadilhas das promoções, como a das “últimas unidades”. Muitas vezes, a mensagem não é verdadeira e faz com que você se deixe levar por uma falsa sensação de urgência.
- Destine apenas 10% do seu orçamento (ou da sua família) para gastos com compras supérfluas. “Respeitando esse limite, é possível conseguir uma boa margem de ‘respiro’ para arcar com as contas do mês e talvez até poupar um pouco”, explica André.
- No caso de roupas, somente compre peças se, em troca, tirar um item do seu armário. O ideal é saber o que já possui, perceber que não precisa de mais nada e, consequentemente, abrir mão da compra por impulso.
- Nunca adquira algo imediatamente. Volte para casa e reflita sobre a necessidade do item. “Se isso não for possível, saia da loja e passeie por meia hora. Essa pausa ajudará você a desconectar o emocional do racional”, aponta Marcia.
- Ao perceber que está perdendo o controle, crie barreiras para combater a ansiedade. Uma maneira é abrir mão do cheque ou dos cartões de crédito. A solução não precisa ser definitiva, mas facilita em situações de muitas dívidas. O ideal é não ter que recorrer a essa atitude!
- Frequente lugares em que se sinta segura quanto aos seus gastos. Por exemplo, se você sabe que não conseguirá resistir ao entrar em um shopping, simplesmente desista de ir.
- Tente priorizar as suas necessidades, diferenciando o que realmente precisa dos seus desejos.
Não resisti!
Se mesmo depois desses conselhos, você cair na tentação de realizar uma compra indevida, aproveite a situação para refletir se está com um problema de impulsividade.
Listamos alguns sinais que vão te ajudar a detectar se é o caso de repensar a relação entre desejo e necessidade.
- Sentir culpa depois de comprar ou perceber que foi uma atitude impensada.
- Receber faturas de cartão de crédito sem condições de pagar o valor total ou ter um salário menor do que as dívidas.
- Adquirir uma quantidade exagerada de produtos que não vai usar depois.
Em todas essas circunstâncias, não ignore as suas dúvidas ou inseguranças. Procure ajuda!
Impulsividade em crianças
Por fim, é hora de refletir sobre a relação dos pequenos com as compras. Já que a impulsividade pode ter origem em hábitos da infância, fique atenta à possibilidade de as crianças com as quais convive desenvolverem esse mal.
Marcia finaliza com algumas orientações:
- Presentes dados fora de datas comemorativas devem ser sempre uma exceção.
- Não tenha medo de frustrar o seu filho ao dizer “não” para tudo o que ele quer.
- Nunca presenteie a criança apenas para compensar uma contrariedade ou diminuir uma eventual culpa, como a ausência por causa do trabalho. Em vez disso, dê amor e carinho.
- Faça o seu pequeno escolher apenas um item entre aqueles que quer ganhar. Não dê tudo o que ele pede.
- Desde os primeiros anos de vida, ensine noções de economia. Mostre que, para ganhar um presente, é preciso abrir mão de algo que ele já tem.
- É muito importante ensinar as crianças a valorizarem tudo o que ganham, pois existe um esforço por parte dos pais ao comprar cada presente. Se elas não tiverem essa consciência, poderão se tornar adultos ansiosos e consumistas.
Fonte: Portal Vital
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