Inteligência emocional
Pessoas que fazem meditação saem-se melhor
em tarefas que requerem autocontrole.
Isso acontece porque elas são mais abertas
as suas próprias emoções.
Esta é a conclusão de Michael Inzlicht e
seus colegas da Universidade de Toronto (Canadá).
Para os psicólogos, o autocontrole - que
eles também chamam de "controle executivo" - é a capacidade de
prestar atenção aos estímulos apropriados e iniciar comportamentos apropriados,
ao mesmo tempo inibindo os comportamentos inapropriados.
É o autocontrole que o mantém
estudando quando você gostaria de ir assistir TV, ou o faz levantar-se de manhã
para ir caminhar, mesmo que você preferisse continuar dormindo.
"Nossos resultados sugerem que a força
de vontade ou o autocontrole podem ser mais apurados em pessoas que são
sensíveis e abertas às suas próprias experiência emocionais. A força de
vontade, em outras palavras, está relacionada com a inteligência
emocional,"
disse Inzlicht.
Emoções e autocontrole
A maioria das técnicas de meditação
enfatiza duas práticas principais: consciência do momento presente - a chamada meditação da mente
alerta - , e aceitação dos estados
emocionais - o autodistanciamento emocional.
É sabido que a prática em manter a atenção
no agora reforça o controle executivo, mas os pesquisadores queriam aferir a
influência da aceitação emocional sobre o controle de si mesmo.
Eles analisaram a chamada
"Negatividade Relacionada ao Erro", um sinal elétrico que surge no
cérebro 100 milissegundos depois que uma pessoa comete um erro, o que é bem
antes que ela possa estar consciente do erro.
"É uma espécie de 'ops' cerebral, um
sinal de alarme cortical," explicam os pesquisadores.
Aceitação e bola para a frente
Os resultados mostraram que o cérebro dos
participantes do estudo que praticavam meditação toca esse alarme cerebral
muito mais fortemente do que os demais.
Mas o resultado foi ainda melhor entre
aqueles que praticam técnicas de meditação voltadas à aceitação de suas emoções
do que entre praticantes daquelas voltadas para a atenção, que privilegiam
aspectos mais cognitivos do que emocionais.
O sinal da Negatividade Relacionada ao Erro
possui um componente motivacional ou afetivo, dizem os pesquisadores. Em outras
palavras, ele traz uma sensação ruim quando cometemos uma falha, e essa
sensação pode motivar a pessoa a fazer melhor as coisas.
Desde, é claro, que a pessoa esteja
consciente de suas emoções, para conseguir detectar essa sensação sutil.
Como as pessoas que fazem meditação estão mais
conscientes de suas emoções, elas capturam a sensação mais rapidamente,
aceitam-na sem se culpar, e partem para fazer melhor, concluem eles.
Fonte: Diário da Saúde
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