A decoração da sua casa pode esbanjar alegria usando as cores...
Não há melhor narrador para nossa história do que nossa própria casa. Ela nasce de um jeito, muda de estilo, adapta-se a novas demandas. Pertencente a um condomínio fechado em Camburi, este projeto é exemplo disso. Amigo de Fabiana Avanzi e de seu marido, o arquiteto Gui Mattos a projetou 14 anos atrás. Na época, ainda não havia crianças na família. Quartos isolados entre os dois andares, portanto, faziam sentido. Com o passar do tempo e a chegada dos filhos, a casa da praia de 250 m² teve de mudar, dessa vez sob o comando de Fabiana Avanzi. A arquiteta manteve-se fiel à concepção de Gui Mattos: preservou madeiras naturais, amplos caixilhos, pedras na área externa, pintura azul nas paredes. Um dos ajustes necessários ocorreu na área íntima, que ganhou nova divisão de quartos. No andar de baixo, Fabiana, entre outras alterações, propôs nova dinâmica entre as salas e a cozinha, de modo que os espaços privilegiassem o convívio. Móveis originais repaginados ganharam novos usos, motivo de orgulho para a profissional: “Não jogamos nada fora”.
Embora o living seja tentador, com generoso sofá modular, par de poltronasMole, do designer Sergio Rodrigues, e mesa Saarinen oval para refeições, a vocação agregadora da casa está no jardim. Coberto por deque e cercado de mata nativa, o espaço foi coroado com bancos de alvenaria com almofadas, poltronas e uma pira, acesa todas as noites em que os proprietários estão na casa – nos feriados e fins de semana, principalmente. “O cheiro de madeira queimada se espalha, e os vizinhos, que ficaram nossos amigos, vêm nos visitar. Lá, todo mundo se conhece”, conta a arquiteta. Por conta das esguias portas de correr, de madeira e vidro, não há limites entre dentro e fora: a mesma linguagem está presente em ambos os espaços.
Nas temporadas em Camburi, tudo flui diferente. “Dormimos melhor”, diz Fabiana, referindo-se ao mais imediato dos benefícios. Ao contrário da rotina de São Paulo, marcada pelos horários e compromissos, na casa da praia, a família é mais família – independente da chuva ou do sol lá fora. “Ficamos mais na casa do que na praia. E fazemos atividades que nos unem”, conta a proprietária. Preparar a comida, buscar o peixe fresco, amassar o pão. Tudo isso com a ajuda das crianças, que encaram essas e outras tarefas como brincadeiras, em um ambiente que, por natureza, recarrega a energia. “Em São Paulo não existe isso”, diz.
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